O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fez duras críticas à ausência dos ‘homens que fazem a guerra’ na abertura da trigésima cúpula climática da ONU, em Belém. Ele condenou o aumento nos gastos com defesa, promovido por EUA e Europa, em vez de apoiar os países em desenvolvimento em suas metas climáticas. Lula destacou que seria mais barato destinar 1,3 trilhão de dólares anualmente para acabar com o problema do clima do que gastar 2,7 trilhões em guerras, como ocorreu no ano anterior.
O presidente cobrou uma postura mais ambiciosa dos negociadores para manter vivo o Acordo de Paris. Ele mencionou o compromisso assumido de financiar países em desenvolvimento com 1,3 trilhão de dólares até 2035, ressaltando que, até o momento, apenas 300 bilhões foram efetivamente destinados. Lula também comentou sobre propostas, como a taxação de produtos de luxo e militares, para alcançar essa cifra e contribuir para a causa climática.
Lula considerou uma ‘proeza’ sediar a cúpula climática em Belém, cidade amazônica onde metade da população vive em favelas e muitos não têm acesso a saneamento básico. Ele lamentou as ausências de líderes como Donald Trump e Xi Jinping na conferência de líderes, ocorrida antes da COP30. O secretário executivo da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, alertou que a inação terá consequências graves, pedindo resultados concretos em combustíveis fósseis, financiamento e adaptação durante a cúpula.
Stiell incentivou a comunidade internacional a unir negociações com ações práticas, citando a necessidade de transição para uma economia sustentável. A COP30 reúne delegações de cerca de 170 países durante os dias 21, com possibilidade de prorrogação. Ele reconheceu avanços conquistados com o Acordo de Paris nos últimos dez anos, porém enfatizou a urgência de reduzir emissões e fortalecer a resiliência para enfrentar a crise climática.




