O resultado financeiro do Banco do Brasil no segundo trimestre de 2025 apresentou forte retração, movimentando os bastidores do governo federal. Mesmo com a queda de 60% nos lucros, a presidente da instituição financeira, Tarciana Medeiros, continua bem avaliada pelo Palácio do Planalto, conforme aliados do presidente Lula. O lucro líquido divulgado foi de R$ 3,8 bilhões, apenas 40% do alcançado no ano anterior. A gestão aponta o aumento da inadimplência como um dos fatores principais para esse desempenho negativo. Integrantes do governo atribuem a elevação do atraso ao veto presidencial sobre o número de deputados e à decisão do STF que validou o aumento do IOF e contrariou deliberações anteriores do Congresso.
Aprovada em julho sob articulação do presidente da Câmara, Hugo Motta, a proposta em questão foi uma resposta ao veto e à decisão do STF. O texto, inicialmente destinado a pequenos produtores rurais, teve alterações e passou a permitir o uso de recursos para quitar dívidas de todo o agronegócio. O Banco do Brasil aumentou sua provisão para perdas esperadas para R$ 15,9 bilhões, uma alta de 104% em comparação ao ano anterior. O aumento da inadimplência no agronegócio resultou em um fluxo considerável de perdas esperadas. Além disso, houve aumento de processos de recuperação judicial no setor devido a uma safra desfavorável.
As falhas financeiras não devem acelerar mudanças na gestão do Banco do Brasil, de acordo com fontes do governo. Mesmo com pressão de senadores por uma possível substituição na presidência do BB, aliados do governo minimizam essa chance. Congressistas sugerem que Davi Alcolumbre, presidente do Senado, busca o controle do banco, mas a continuidade de Tarciana Medeiros parece garantida. O desempenho negativo do trimestre não deve impactar significativamente a presidência da instituição financeira.