Lula reúne Brics para marcar posição sobre tarifaço, guerras e COP30
Na manhã desta segunda-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de uma reunião virtual com líderes de países do Brics — bloco de países emergentes do Sul Global. O encontro, marcado para 9h, foi organizado pelo governo brasileiro, que está no comando rotativo do bloco juntamente com Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Irã e Arábia Saudita.
Os integrantes do governo afirmam que a cúpula não foi convocada somente para discutir o tarifaço instituído pelos Estados Unidos contra os integrantes do Brics e outros países. A expectativa é que o presidente Lula faça uma declaração na abertura da reunião, como anfitrião do encontro virtual. Posteriormente, os demais participantes também irão se pronunciar.
O presidente Donald Trump sobretaxou em 50% produtos brasileiros na tentativa de interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a reunião, espera-se que Lula reforce a defesa da soberania brasileira, porém com um tom calibrado para evitar irritações e possíveis sanções dos EUA.
A cúpula visa discutir diferentes perspectivas do multilateralismo, abordando questões como a imposição de tarifas pelos EUA, guerras na Ucrânia e em Gaza, bem como a necessidade de reformas das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial do Comércio (OMC). O encontro ocorre dois meses após a cúpula do Brics no Rio de Janeiro, em um momento de crescentes tensões no cenário internacional.
Não está prevista uma declaração oficial ao final da reunião, mas a intenção é posicionar-se sobre temas da agenda internacional respeitando as nuances políticas de cada integrante do bloco em relação aos EUA e a outros países. O governo avalia lançar uma nota detalhando os assuntos tratados durante o encontro.
Lula também utilizará a reunião para convidar os países do Brics a se engajarem na COP 30, que acontecerá em novembro em Belém. O presidente aproveitará fóruns internacionais para fazer esse convite, visando destravar a adoção de mecanismos que financiem a proteção de florestas e a transição energética. Na COP, o Brasil lançará o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), buscando reunir recursos para os países em desenvolvimento que conservarem suas florestas.