Durante a cúpula do Brics no Rio, o presidente russo, Vladimir Putin, fez críticas ao que chamou de “bilhão dourado do Ocidente”, com o objetivo de defender uma ordem multipolar e promover a desdolarização no sistema financeiro global. Em seu discurso, Putin destacou a necessidade de uma ordem mais justa e equilibrada, afirmando que o mundo está mudando e que os países em desenvolvimento, como os do Brics, têm um papel fundamental nessa transformação.
Para o presidente russo, a ordem mundial unipolar, dominada pelo Ocidente e por países desenvolvidos como os Estados Unidos, União Europeia e Japão, está se tornando obsoleta. Ele enfatizou a importância da multipolaridade e do fortalecimento de países em desenvolvimento nesse novo contexto global. Putin também propôs a criação de um sistema financeiro próprio para transações entre os países do Brics, visando reduzir a dependência do dólar e de instituições financeiras ocidentais.
Segundo Putin, o Brics, agora expandido para incluir países da América Latina, África, Oriente Médio e Ásia, supera em relevância econômica o G7, um grupo de sete das maiores economias industrializadas. O presidente russo ressaltou o potencial do bloco, que representa um terço da superfície terrestre, quase metade da população mundial e 40% da economia global. Ele destacou a importância da cooperação entre os países-membros do Brics e o uso de moedas locais nas transações comerciais.
Além disso, Putin anunciou propostas para fortalecer a cooperação entre os países do Brics, como a criação de uma nova plataforma de investimentos, uma bolsa de grãos e políticas conjuntas sobre mudanças climáticas, logística e esportes. O presidente destacou o papel do Brasil na continuidade das iniciativas lançadas durante sua presidência do Brics e elogiou o peso crescente do bloco na governança global.
Ao final de seu discurso, Putin mencionou a realização do concurso internacional de música popular “Intervisão” em Moscou, em setembro, como parte dos esforços para promover os valores culturais e familiares dos países do Brics. Ele agradeceu aos colegas dos países-membros do Brics pela interação produtiva e construtiva, afirmando que a declaração final da cúpula representava uma base sólida para o trabalho conjunto futuro do bloco.