Presidente ucraniano afirma que Rússia tenta invadir Chernobyl

Presidente Ucraniano afirma que Rússia está tentando invadir usina nuclear de Chernobyl

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou, nesta quinta-feira (24), que tropas russas entraram em uma área perto da antiga usina nuclear de Chernobyl, durante invasão à Ucrânia. A informação foi dada por um assessor do Ministro do Interior do país, enquanto os combates continuam desde os primeiros ataques da madrugada.

O presidente Volodymyr Zelenskiy disse que forças ucranianas estão lutando para impedir que tropas russas capturem a antiga usina nuclear.

“As forças de ocupação russas estão tentando tomar Chernobyl. Nossos defensores estão sacrificando suas vidas para que a tragédia de 1986 não se repita”, escreveu o presidente ucraniano em seu Twitter. “Esta é uma declaração de guerra contra toda a Europa”, acrescentou.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia ecoou o aviso do presidente ucraniano, ao fazer uma publicação que afirma que um ataque russo à usina poderia causar outro desastre ecológico. “Em 1986, o mundo viu o maior desastre tecnológico em Chernobyl”, escreveu. “Se a Rússia continuar a guerra, Chernobyl pode acontecer novamente em 2022.”

Assista ao vídeo do momento da invasão:

Chernobyl

Em abril de 1986, um dos reatores da usina nuclear de Chernobyl explodiu, causando emissões nucleares equivalentes às emissões de 400 bombas como a que foi lançada em Hiroshima, no Japão, no final da Segunda Guerra Mundial.

Números oficiais apontam que apenas 31 pessoas teriam morrido como resultado imediato do acidente, mas a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o número pode chegar a 50. Em 2005, entretanto, uma estimativa apontou que mais de 4 mil vítimas podem ter sido vítimas diretas ou indiretas da exposição à radiação.

Atualmente, a região ao redor da antiga usina não é habitável e é conhecida como Zona de Exclusão.

Entenda o ataque

Após semanas de tensão, a Rússia atacou a Ucrânia nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira. Durante operação militar, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades das regiões separatistas do leste ucraniano.

Autoridades da Ucrânia informaram que dezenas de pessoas morreram e sete aviões russos teriam sido destruídos. No início da manhã desta quinta-feira, foram vistas longas filas se formarem nas principais avenidas da capital ucraniana Kiev, com moradores da região tentando fugir do local.

O presidente ucraniano convocou a população ucraniana para defender o país e afirmou que os cidadãos ucranianos podem utilizar armas para defender o território.

Em seu pronunciamento antes do ataque, o presidente da Rússia, Vladmir Putin, justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”

Putin também afirmou que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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