Preso ex-presidente de time goiano suspeito de comandar tráfico de cocaína

O ex-presidente do Iporá Futebol Clube, Tiago Dantas, time que disputou primeira Divisão do Campeonato Goiano, é o principal fornecedor de cocaína para cidades do Triângulo Mineiro, de acordo com às investigações da Polícia Federal (PF) . As investigações apontam que o Tiago G10, como é conhecido popularmente, tem mandado de prisão em aberto e encontra-se foragido. O suspeito assumiu a presidência do clube em dezembro de 2021, após o então presidente renunciar ao cargo. Ao final do campeonato goiano de 2022, Tiago G10 deixou à presidência do clube.

Os policiais chegaram até Tiago durante a apuração de uma ligação direta entre traficantes de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Conforme a PF, os cariocas são contratados por traficantes mineiros para realizarem a segurança dos principais chefes do esquema e dos carregamentos de drogas que o grupo recebia e enviava. Um policial militar do Rio foi preso, acusado de comandar o esquema de segurança. A quadrilha movimentou mais de R$ 1 bilhão com o tráfico de cocaína em apenas três anos.

Para Tiago G10,  cabia o envio de grandes quantidades de cocaína até Minas Gerais. “Até 2008, o Tiago, que se apresenta como ativista político, empresário e pecuarista, trabalhava como padeiro, mas nos últimos três anos, movimentou mais de R$ 50 milhões em suas contas”, descreveu agente que coordenou a operação da PF, Ismar Pamponet.

Ostentação Virtual

Com o dinheiro obtido com o tráfico de cocaína, Tiago mantinha uma vida de alto luxo e ostentação que era exposta em redes sociais. Um dos vídeos obtidos pela PF mostram o goiano dirigindo uma Ferrari em Paris, enquanto em outro registro ele aluga um helicóptero no Rio de Janeiro para pedir a noiva em casamento durante sobrevoo o Cristo Redentor.

A defesa do suspeito afirmou por meio de nota enviada para uma emissora de televisão que o cliente é inocente e possui muitos bens porque vive do agronegócio.

De acordo com a lei de Drogas, de 2006, importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar é crime. A pena prevista é de 5 a 15 anos de reclusão e pagamento de multa de 500 à 1500 dias-multa.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp