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Preso um dos suspeitos de estar no carro de assassinos de Marielle Franco

“Tem que ver a situação da Marielle. A mulher está me atrapalhando”. Depois, bateu forte com a mão na mesa e gritou: “Marielle, piranha do Freixo”. Depois, olhando para o ex-PM, disse: “Precisamos resolver isso logo”

A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) prendeu, na manhã desta terça-feira (24), um ex-policial militar Alan de Morais Nogueira, conhecido como Cachorro Louco, acusado de ser um dos ocupantes do carro em que estavam os executores da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. Também foi preso o ex-bombeiro Luis Cláudio Ferreira Barbosa. Os dois são suspeitos de integrar a quadrilha de milicianos chefiada pelo ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica.

Eles foram presos por serem acusados da autoria dos homicídios de um PM e um ex-PM no sítio de Orlando, em Guapimirim, na Baixada Fluminense, em fevereiro do ano passado, a mando do chefe da quadrilha de milicianos. Segundo o Globo, a informação sobre o envolvimento dos dois nos assassinato dos policiais partiu do mesmo delator que apontou que o ex-PM Alan Nogueira estava no carro dos executores de Marielle, em março deste ano. No depoimento do delator, publicado em maio pelo jornal fluminense, a testemunha disse ter ouvido uma conversa de Orlando com o vereador Marcello Siciliano (PHS), num restaurante, no Recreio, em junho do ano passado. O vereador teria falado alto: “Tem que ver a situação da Marielle. A mulher está me atrapalhando”. Depois, bateu forte com a mão na mesa e gritou: “Marielle, piranha do Freixo”. Depois, olhando para o ex-PM, disse: “Precisamos resolver isso logo”.

De acordo com o delator, o ex-PM chegou a trabalhar no quartel da Maré, comunidade onde a vereadora nasceu e manteve suas raízes até a morte. A dupla, segundo a testemunha, estava, com outros dois homens, no Cobalt prata usado na execução. A suspeita é a de que o crime contra Marielle tenha sido encomendado. Em março, a Polícia informou que os criminosos escolheram um ponto cego e cometeram o homicídio em um lugar sem câmeras. Entre as dificuldades das investigações do assassinato está justamente a falta de imagens do momento do crime. Os bandidos também perseguiram a parlamentar por cerca de quatro quilômetros e atiraram a cerca de 2 metros de distância.