Pressão sufocante: a marca que Ancelotti começa a deixar na Seleção
Na vitória sobre o Paraguai, o Brasil mostrou uma mudança clara de postura sem a bola
Brasil 1 x 0 Paraguai | Melhores momentos | 16ª Rodada | Eliminatórias da Copa – América do Sul [https://s02.video.glbimg.com/x240/13671209.jpg]
Brasil 1 x 0 Paraguai | Melhores momentos | 16ª Rodada | Eliminatórias da Copa – América do Sul
O Brasil confirmou a vaga na Copa do Mundo de 2026 [https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2025/06/10/brasil-garante-vaga-na-copa-do-mundo-de-2026-veja-todos-os-classificados.ghtml] com a vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, [https://ge.globo.com/futebol/copa-do-mundo/eliminatorias-america-do-sul/jogo/10-06-2025/brasil-paraguai.ghtml] na Neo Química Arena, com gol de Vinícius Júnior ainda no primeiro tempo.
A noite gelada na Zona Leste de São Paulo viu um time que esquentou o jogo com uma formação mais ofensiva. Martinelli, Raphinha e Matheus Cunha começaram entre os titulares nos lugares de Gerson, Estêvão e Richarlison, e o desempenho foi bem mais intenso do que o mostrado contra o Equador.
DE dá novo horizonte à Seleção a um ano da Copa [https://ge.globo.com/blogs/blog-do-alliatti/post/2025/06/11/ancelotti-da-novo-horizonte-a-selecao-a-um-ano-da-copa.ghtml] + Análise: vaga na Copa dá tempo para uma Seleção que indica rumos passo a passo com Ancelotti [https://ge.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2025/06/11/analise-vaga-na-copa-da-tempo-para-uma-selecao-que-indica-rumos-passo-a-passo-com-ancelotti.ghtml] + Brasil garante vaga na Copa do Mundo de 2026; veja todos os classificados [https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2025/06/10/brasil-garante-vaga-na-copa-do-mundo-de-2026-veja-todos-os-classificados.ghtml]
Vini Jr – DE x Paraguai – Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo 2026 — Foto: Marcos Ribolli
Com poucas semanas de treino e em fase de adaptação ao futebol sul-americano, seria precipitado dizer que essa seleção já tem “a cara” de Ancelotti. Aliás, é possível ter uma cara num futebol de seleções, com tão pouco tempo de preparação e tudo resolvido na conversa e no improviso?
Mesmo com todas essas ressalvas, é inegável que a seleção de Don Carletto deixou uma marca. E ela não foi com a bola nos pés.
A mudança mais clara até agora está na forma como o DE pressiona.
A equipe mostrou uma nova maneira de sufocar a saída de bola adversária e reagir imediatamente após perder a posse, justamente nos segundos em que o rival ainda está tentando decidir o que fazer. Foi uma pressão alta, rápida e coordenada, que praticamente não deu respiro ao Paraguai em Itaquera. O próprio Ancelotti explicou assim, num espanhol que já flerta com o português:
Futebol tem que ter intensidade com a bola e sem a bola. A pressão é importante pois não permite o rival de ter tempo para jogar como quer. Há um problema, porque precisa correr para fazer a pressão, tem que sacrificar, ter compromisso e atitude. E a equipe teve isso nos dois jogos. Queríamos fazer mais pressão no Equador, mostrar uma versão distinta. Nesse jogo fizemos bem. Pressionar é muito importante. — Carlo Ancelotti, na coletiva após o jogo
+ Veja as notícias da seleção brasileira [https://ge.globo.com/futebol/selecao-brasileira/]
Jogando no mesmo 4-4-2 de Dorival Júnior e do Real Madrid de Ancelotti, o Brasil foi muito compacto quando não tinha a bola e buscava sempre pressionar alto, no campo do adversário. A imagem abaixo é um exemplo: Raphinha se coloca na área, Martinelli avança para sufocar e Matheus se aproxima para ajudar na pressão.
Pressão alta e intensa do Brasil foi a marca da vitória contra o Paraguai — Foto: Reprodução
Casemiro, que jogou exatamente como fazia no Real e deu proteção à zaga, permitia que Bruno subisse junto com Matheus. O Brasil marcava sempre de forma muito compacta, com os quatro de frente e os volantes num espaço quase que de 40 metros. Se a bola estivesse na esquerda, como na imagem, Alex avançava e o ponta daquele lado começava a correr. Pressão, correria e mordida.
Mais compacto, Brasil sufocou o Paraguai — Foto: Reprodução
Um dos destaques do jogo foi Matheus Cunha. Recém-contratado pelo Manchester United e cada vez mais protagonista, ele foi um nove móvel, articulador e que parecia um cão de guarda sem a posse. Voltava para marcar, acompanhava até o fim. Nos momentos em que o Brasil perdia a bola, era ele quem dava o primeiro pique, como no lance, junto de um lateral.
Brasil foi mais rápido ao perder a bola — Foto: Reprodução
Todas as imagens aqui mostram uma mudança de atitude, de postura, e também de posicionamento. O avanço dos laterais para marcar sem a bola é exatamente o oposto do que o Brasil fazia com Dorival Júnior, que gosta de manter os laterais mais alinhados com a zaga sem a posse de bola. Com Diniz, o momento sem a bola era puro caos, e nem vale lembrar a falta de comportamentos definidos.
Com Ancelotti, dado o desconto de ser muito no começo, é possível ver padrões bem estabelecidos. Voltando a alguns prints, veja como Vanderson sempre aparece nas imagens, com o corpo virado para a bola, buscando pelo menos fechar um espaço? Isso é puro e simples posicionamento. Como o lateral que mais avançou (e ganhou elogios por isso), ele não podia não ter uma função sem a posse.
DE pontuou, “pressionar é muito importante.”. E pode ser o caminho para a nova cara da seleção com o mítico treinador no comando.
Alex analisa atuação do Brasil: “A Seleção fez um jogo bem melhor e isso já faz diferença” [https://s03.video.glbimg.com/x240/13671298.jpg]