Mensagens em áudios, depoimento e câmeras de segurança comprovam que prestador de serviço planejou encontro em que matou empresária, diz polícia
Davi Pereira foi indiciado pelo crime de latrocínio. Em depoimento, o suspeito confessou ter matado a empresária a facadas e alegou que teve um surto.
Maria da Conceição (esquerda) foi morta por Davi Pereira (direita), que prestava serviço para a empresária — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A Polícia Civil concluiu a investigação contra o prestador de serviços Davi Pereira da Silva pela morte da empresária de 74 anos, Maria Conceição dos Santos Mendonça. Segundo o delegado Rogério Bicalho, mensagens em áudios, o depoimento do marido da empresária e câmeras de segurança comprovam que o suspeito planejou o encontro em que matou a empresária em Aparecida de Goiânia.
> “Ele vinha tentando se encontrar com a vítima, pedindo para ela fazer um orçamento na loja, com o objetivo de ficar sozinho com ela”, explicou o delegado ao DE.
Davi foi indiciado pelo crime de latrocínio, que é o roubo seguido de morte. A conclusão da polícia é que possivelmente o prestador de serviços iria obrigar Maria Conceição a fazer alguma transferência bancária. Apesar de nenhuma transação ter sido feita da conta da vítima, a polícia explicou que isso só aconteceu por causa do comportamento da vítima, que “jamais faria uma transferência forçada” a Davi.
> “A negativa da vítima certamente foi o estopim desencadeador da ira do criminoso, que, diante da frustração de seu objetivo, agiu com violência ainda mais extrema com a vítima”, concluiu a polícia.
De acordo com o sistema do Tribunal de Justiça de Goiás, a defesa do homem está sendo conduzida pela Defensoria Pública do Estado de Goiás. O DE solicitou um posicionamento, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Em depoimento, o suspeito confessou ter matado a empresária a facadas e alegou que teve um surto.
Vídeo mostra quando prestador de serviços encontra empresária assassinada
A empresária Maria da Conceição dos Santos Mendonça estava desaparecida desde o dia 6 de janeiro, quando saiu para atender um cliente. Na manhã do dia seguinte, dia 7 de janeiro, o corpo dela foi encontrado dentro do próprio carro, no bairro Jardim Imperial, em Aparecida de Goiânia.
Em entrevista à TV Anhanguera, um tenente-coronel da Polícia Militar informou que o suspeito foi localizado na casa de familiares, onde estava escondido. Segundo o oficial, a empresária e o suspeito mantinham uma relação profissional de aproximadamente 20 anos.
À polícia, o prestador de serviços alegou que “foi chamado por Maria Conceição para ‘separar umas pelas na loja, pois ela estava fazendo um levantamento do que tinha no estoque para atender a quatro orçamentos’”.
No entanto, em depoimento, o marido da empresária contou que ela não estava fazendo orçamentos para ninguém e que essa situação foi provocada por Davi, que há dias insistia em ir à loja para orçar umas peças para mandar para um amigo em outro estado. O marido ainda revelou que a loja estava atualmente fechada e que atendiam apenas sob a demanda de algum cliente.
Câmeras de segurança mostram quando a mulher e o prestador de serviços chegam ao local marcado. Logo depois ele é visto saindo dirigindo o carro dela. Mais à frente, uma das portas traseiras se abre e o braço da vítima é visto segurando a porta. A polícia acredita que, nesse momento, Maria Conceição tentava sair do veículo.
> “Em determinado momento ela começou a acordar e tentou sair do carro, foi quando ele a esfaqueou”, narrou Rogério Bicalho.
Pouco depois, outra imagem mostra Davi entrando em luta corporal com a empresária. Em seguida, ele é visto deixando o carro estacionado e fugindo a pé do local em que a mulher foi encontrada morta.
A polícia acredita, portanto, que o encontro foi marcado por Davi com o objetivo de ficar sozinho com a idosa e que o fato dele “ter a colocado no banco de trás, amarrada com fita adesiva, possivelmente [foi] para levá-la a local em que a obrigaria a fazer alguma transferência bancária”.
Segundo o delegado do Grupo de Investigação de Homicídios de Aparecida de Goiânia, Rogério Bicalho, Davi estava foragido por outro homicídio, pelo qual já havia sido condenado.
> “Ele passou a usar tornozeleira eletrônica e a rompeu, por isso estava foragido”, declarou investigador.
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