Previsto em lei, direito de arrependimento é aliado dos consumidores

Ver aquele produto tão desejado na internet e ao alcance dos dedos. Difícil não ceder ao desejo, ainda mais quando ele é tão acessível. “Quem nunca”, não é mesmo? O problema é que a satisfação proporcionada pela súbita aquisição poder dar espaço em questão de segundos ao arrependimento e até mesmo ao aborrecimento, em decorrência do ato impulsivo. Brenda Aquino experimentou essa sensação ao comprar um notebook em um site de comércio eletrônico, por volta do último dia 21.

A estudante de Goiânia tentou voltar atrás, mas foram tantos os empecilhos, que ela desistiu de desistir e acabou ficando com o equipamento, ainda que a contragosto. “Acabei ficando com um produto que não queria pela falta de assistência e facilidade do site na hora de desistir. Infelizmente não tinha a opção de cancelar disponível”. O dissabor de Brenda é cada vez mais comum em tempos de tanta facilidade e agilidade para o consumidor.

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil, em parceria com o Sebrae, 44% das compras virtuais são feitas por impulso. Comidas e bebidas por delivery, moda e vestuário, itens para a casa, eletrônicos e artigos de informática encabeçam os produtos e serviços mais comprados sem refletir, segundo a pesquisa.

Mas não há motivo para desespero. Muitos consumidores não sabem, mas têm uma norma a seu favor, prevista no Código de Defesa do Consumidor (CDC), Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, que completa 33 anos. Trata-se do direito de arrependimento, que garante a pessoa a possibilidade de desistência de uma compra realizada em um determinado prazo.

Quando esse direito é exercido, não é necessário que o cliente explique quais são os motivos da devolução. “O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura (quando efetua a compra) ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação ocorrer fora do estabelecimento comercial (o que inclui compras por aplicativo de mensagem)”, informa a especialista em direito do consumidor, Marília Turchiari, do escritório Celso Candido de Souza Advogados.

“Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados”, explica a especialista.

Como proceder

Quem se arrepende da compra, via de regra tem um prazo de sete dias para entrar em contato com a empresa através do serviço de atendimento ao cliente (SAC). Caso tenha dificuldade para essa devolução ou simplesmente for ignorado, o consumidor pode acionar outro meio. “O direito de arrependimento de compra na internet é garantido por lei e, caso o estabelecimento se negue, você pode procurar o Procon para cobrar seus direitos”, ressalta a advogada.

Contudo, Marília faz um alerta quanto aos sites e aplicativos internacionais de compras, que tomaram conta do gosto do brasileiro nos últimos anos. “Se o consumidor pretende comprar

Advogada Marília Turchiari: “O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura” (Foto: Divulgação)

algo em um site estrangeiro, sem representação no Brasil, ele não estará protegido pelo CDC. Isso porque a lei brasileira somente se aplica aqui e não há como processar uma loja que não tenha escritório no país”.

A advogada ainda recomenda atenção no momento de comprar pela internet, seja em sites ou através de redes sociais, para não cair em golpes e acabarem sem ao menos receber o produto. “Neste caso, não dá nem para exercer o direito de arrependimento, porque a loja não é verídica e a recuperação dos valores é mais complicada, normalmente é preciso fazer um boletim de ocorrência e entrar com ação”, diz.

Dicas importantes

1) Desconfie de anúncios com preços muito inferiores aos praticados pelo mercado. Não acredite em promoções fenomenais;

2) Procure pela página ou site oficiais da marca/loja. Confira se aquele anúncio é real (grandes marcas possuem um selo de verificação em suas páginas nas redes sociais).

3) Compare os preços no site da marca/loja e no link divulgado em questão. Veja se o endereço da página divulgado no anúncio confere com o endereço da página oficial.

4) Observe o link que aparece no seu navegador, caso esteja navegando em uma rede social: pare o mouse sobre o link e não clique, apenas observe o que se forma, geralmente os links fraudulentos são extensos e/ou possuem uma terminação sem qualquer relação com a loja virtual pela qual tentam se passar. Portanto, se o link que aparece não está relacionado a mesma loja/marca, pare por aí;

5) Veja se a página da loja virtual onde você vai comprar é segura, se possui certificado digital com a menção HTTPS;

6) Observe se há erros de ortografia/gramática. Páginas fraudulentas geralmente deixam passar batido os erros de português;

7) Verifique se a loja possui denúncias no Reclame Aqui e avalie os comentários publicados do Google caso ela tenha loja física.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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