PRF diz que morte de homem em ‘câmara de gás’ de viatura foi caso isolado

Após a morte de um homem morrer asfixiado dentro de viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sergipe, a instituição publicou vídeo em que afirma que a situação foi uma conduta isolada. Além disso, o coordenador-geral de Comunicação Institucional da PRF, policial Marco Territo, disse que a corporação assistiu com indignação às imagens em que Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, é mantido preso no porta-malas de uma viatura com gás.

Genivaldo de Jesus Santos, morto durante ação da PRF, em Umbaúba (SE) (Foto: reprodução redes sociais)

Ainda no vídeo, o coordenador diz que a corporação não compactua com a conduta dos agentes. E afirma que o procedimento visto durante a ação, não está “de acordo com as diretrizes expressas em cursos e manuais” da PRF. (Veja o vídeo oficial no final do texto)

De acordo com especialistas, o uso de gás lacrimogêneo não é apropriado para contenção individual. Além disso, se usado em ambientes fechados, pode ser letal, como aconteceu em Sergipe.

A ocorrência causou uma avaliação interna dos padrões de abordagem, segundo Territo. O caso também trouxe à tona o questionamento de uma procuradora do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), sobre a extinção de comissões de Direitos Humanos da corporação, feito 12 dias antes de Genivaldo ser morto.

No ofício, a promotora Mariane Guimarães de Mello Oliveira afirma que essas comissões e a disciplina de direitos humanos durante o curso de formação dos policiais devem ser restituídas. Visto que, elas são responsáveis por garantir esses direitos, considerados fundamentais.

 

Pedido do MPF em Goiás para que a PRF explique motivo de ter publicado portaria para extinguir comissões de direitos humanos (Foto: Reprodução MPF)

“Os fatos que ocorreram [morte de Genivaldo durante a abordagem] demonstram a gravidade da situação e a importância de se restaurar a situação antiga, mantendo no curso de formação e periodicamente para atualização e reciclagem [a disciplina de direitos humanos], principalmente nos casos de PRFs, que são evidentemente uma minoria, que forem flagrados cometendo abuso na condução de seu trabalho”, explicou Mariane durante entrevista à TV Anhanguera.

Após o recebimento dos questionamentos, no último dia 13, a PRF tem até 20 dias para apresentar uma resposta. Caso ocorra resistência por parte da corporação em voltar à ativa essas comissões e disciplinas, o MPF prevê tomar uma série de medidas. Entre elas, expedir uma recomendação para revogar a portaria, caso não seja cumprida, uma Ação Civil deve ser ajuizada para garantir a retomada.

Vídeo:

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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