Primeira paciente a passar por transplante de rim e pâncreas na rede pública de Goiás recebe alta

A primeira paciente a passar por um transplante conjugado de rim-pâncreas da rede pública de saúde de Goiás recebeu alta nesta quarta-feira, 11. O procedimento foi realizado no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), unidade do Governo de Goiás, no dia 17 de agosto. A paciente é Kamila Moreira da Silva, de 34 anos, moradora de Hidrolina, a 260 quilômetros de Goiânia. Depois da cirurgia, ela passou dois dias no Centro de Terapia Intensiva da unidade em observação e, devido à boa evolução em seu quadro clínico, foi transferida para um leito de enfermaria, onde aguardava o aval dos médicos para ir para casa.

Diabética desde os 15 anos, a dona de casa começou a perder as funções renais em 2018, quando passou a realizar a hemodiálise. Com rim e pâncreas novos, Kamila deixou o hospital, dando início a uma nova vida. A alta foi celebrada com festa, com direito a corredor de aplausos, balões e muitos abraços da equipe da Unidade de Transplantes do hospital. “Saio daqui renovada e muito agradecida por tudo. Eu era uma pessoa muito teimosa. Comia muita coisa que me fazia mal, mas daqui pra frente quero mudar isso. Me acostumei à dieta do hospital e quero fazer essa mesma dieta em casa. Preciso cuidar desses presentes que Deus me deu”, comemorou a paciente.

O cirurgião responsável pelo transplante rim-pâncreas do HGG, Marcus Vinicius Chalar, comemorou o fato de a glicemia de Kamila estar sob controle. “A paciente apresentou uma evolução surpreendente. Podemos dizer que ela está curada da diabetes e não vai voltar para a sala de hemodiálise. A Kamila vivia muitas privações por conta de sua saúde. Com este transplante, ela vai ter uma vida normal, podendo realizar tudo que sempre quis”, disse.

Sobre o trabalho da equipe no transplante, Chalar fez questão de ressaltar o ganho que se tem, para o próprio hospital, com seus profissionais trabalhando em um caso tão complexo. “O que fizemos, graças à estrutura que temos, acaba sendo bom para a população de forma geral. Pacientes diabéticos que estão perdendo as funções renais vão poder passar pelo mesmo transplante”, explicou.

Unidade de transplantes

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) é a única unidade de saúde estadual que realiza transplantes de órgãos. Além do primeiro transplante rim-pâncreas, a unidade realizou, até agosto de 2024, 962 transplantes renais, 57 hepáticos, 11 de medula óssea e 1 de pâncreas.

A nova Unidade de Transplantes do hospital foi inaugurada em setembro de 2022. Em abril de 2023, o Ministério da Saúde habilitou o hospital a realizar o transplante de rim-pâncreas. Com um investimento de aproximadamente R$ 2,8 milhões, as instalações contam com uma estrutura moderna em uma área de 644m², 32 novos leitos – sendo 26 para transplantes de rins, fígado, pâncreas e rim-pâncreas – e outros seis para transplante de medula óssea.

Com o início dos atendimentos para o transplante de pâncreas, o Governo de Goiás e a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), por meio do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi, reafirmam o compromisso de fornecer cuidados de saúde de qualidade e excelência à população goiana.

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Mulheres processam Johnson & Johnson por alegações de talco causar câncer de ovário

Quase 2 mil mulheres britânicas, incluindo pacientes com câncer, sobreviventes e suas famílias, estão se preparando para mover uma ação coletiva contra a Johnson & Johnson, alegando que o uso do talco da empresa causou câncer de ovário. Este será o primeiro processo desse tipo enfrentado pela companhia no Reino Unido, e tem o potencial de se tornar a maior ação judicial envolvendo um grupo farmacêutico na história da Inglaterra e País de Gales. Nos Estados Unidos, a Johnson & Johnson já enfrentou mais de 62 mil processos relacionados ao talco, resultando em pagamentos ou reservas de pelo menos US$ 13 bilhões em indenizações.

Contaminação com Amianto e Ação Judicial

As advogadas das reclamantes alegam que o talco da Johnson & Johnson estava contaminado com amianto, uma substância cancerígena, e que a empresa omitiu informações sobre o risco aos consumidores. Tom Longstaff, sócio da KP Law, que representa as vítimas no Reino Unido, afirmou: “A empresa sabia há décadas que o amianto estava presente e era perigoso, mas não fez nada para alertar os consumidores. Estamos empenhados em ajudar o maior número possível de pessoas a buscar justiça contra os executivos ávidos por lucro.”

Por sua vez, a Johnson & Johnson refuta as acusações e defende que elas são ilógicas e distorcidas. A empresa descontinuou a venda de talco à base de minerais no Reino Unido em 2022 e nos Estados Unidos em 2020, citando pressões financeiras e “desinformação” em torno do produto como justificativa.

Embora o talco seja fabricado a partir de um mineral natural, estudos sugerem que ele pode conter pequenas quantidades de amianto, cujas fibras podem causar danos graves ao corpo humano, como inflamações e câncer. Em julho deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o talco mineral como “provavelmente cancerígeno para seres humanos”.

Relatos de Mulheres Diagnosticadas com Câncer de Ovário

Entre as mulheres que ingressaram na ação está Linda Jones, de 66 anos, diagnosticada com câncer de ovário em novembro do ano passado. Ela usou talco desde a infância e compartilhou sua surpresa ao descobrir uma possível ligação entre o uso do produto e sua doença. “Confiávamos no que os anúncios diziam. Quando fui diagnosticada, nunca imaginei que o talco poderia ter causado isso”, afirmou Linda.

Cassandra Wardle, de 44 anos, também foi diagnosticada com câncer de ovário em 2022 e usou talco desde a infância, assim como Sharon Doherty, de 57 anos, diagnosticada com câncer de ovário e trompa de falópio. Sharon passou por cirurgia e quimioterapia, mas a doença retornou, e ela aguarda tratamento pelo NHS.

Posicionamento da Johnson & Johnson

A Johnson & Johnson se defende, afirmando que sempre priorizou a segurança de seus produtos. Erik Haas, vice-presidente global de assuntos jurídicos da empresa, declarou que a companhia utilizou protocolos de testes rigorosos ao longo das décadas e que esses testes mostraram consistentemente a ausência de amianto no talco para bebês. Além disso, Haas afirmou que estudos independentes não associam o talco ao câncer de ovário ou ao mesotelioma.

Ele também destacou que a empresa venceu ou reverteu em apelação a maioria dos casos nos Estados Unidos relacionados a essas alegações.

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