Primeira trans já tem o nome social no título de eleitor em Goiás

A permissão para usar o nome social de transgêneros (trans) no título de eleitor está em vigor desde a semana passada. Para adequar o documento, basta procurar o cartório eleitoral mais próximo até o dia 9 de maio e pedir a inclusão do nome social com o qual se identificam. Em Goiás a procura já começou.

Rayssa Mendes foi uma das primeiras a procurar o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para trocar o nome no título de eleitor. Foi a conquista do primeiro documento oficial com o nome social escolhido por ela. Rayssa que nasceu homem, mas se vê como mulher, e passou por tratamentos para adequações de gênero.

Ela já passou por vários constrangimentos e acredita que o documento deve ajudar a evitar esse tipo de situação. “É um marco muito grande para a classe LGBTTQ. Hoje a gente ter acesso ao nome social. É algo que era muito buscado antigamente e que a comunidade LGBTTQ não tinha acesso. É gratificante também você ser recebida e atendida pelo seu nome social”.

As pessoas interessadas em mudar o nome no título de eleitor não precisam apresentar documento oficial com o nome desejado, nem ter feito cirurgia de mudança de sexo, por exemplo. Basta a auto declaração para fazer o documento com o nome social. Além de garantir a identificação desejada, o TRE também informou que o uso do nome social visa assegurar tratamento digno ao eleitor. O nome registrado pelo cidadão constará também nas folhas de votação e nos terminais dos mesários nas seções eleitorais, de modo a favorecer uma abordagem adequada à individualidade do eleitor.

“A missão da Justiça Eleitoral é garantir o processo democrático, isso da se tratando isonomicamente a todas às pessoas independentemente de credo, religião ou gênero. Qualquer cidadão pode fazer essa solicitação em qualquer posto de atendimento ou cartórios eleitorais do TRE”, ressalta o assistente da diretoria do fórum eleitoral de Aparecida de Goiânia, Tênissson de Sousa Cavalcante.

Atualmente, transgêneros já podem adotar o nome social em identificações não oficiais, como crachás, matrículas escolares e na inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo. A administração pública federal também autoriza o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de travestis e transexuais desde abril do ano passado. (Comunicação LGBTTQ)

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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