Primeira trans já tem o nome social no título de eleitor em Goiás

A permissão para usar o nome social de transgêneros (trans) no título de eleitor está em vigor desde a semana passada. Para adequar o documento, basta procurar o cartório eleitoral mais próximo até o dia 9 de maio e pedir a inclusão do nome social com o qual se identificam. Em Goiás a procura já começou.

Rayssa Mendes foi uma das primeiras a procurar o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para trocar o nome no título de eleitor. Foi a conquista do primeiro documento oficial com o nome social escolhido por ela. Rayssa que nasceu homem, mas se vê como mulher, e passou por tratamentos para adequações de gênero.

Ela já passou por vários constrangimentos e acredita que o documento deve ajudar a evitar esse tipo de situação. “É um marco muito grande para a classe LGBTTQ. Hoje a gente ter acesso ao nome social. É algo que era muito buscado antigamente e que a comunidade LGBTTQ não tinha acesso. É gratificante também você ser recebida e atendida pelo seu nome social”.

As pessoas interessadas em mudar o nome no título de eleitor não precisam apresentar documento oficial com o nome desejado, nem ter feito cirurgia de mudança de sexo, por exemplo. Basta a auto declaração para fazer o documento com o nome social. Além de garantir a identificação desejada, o TRE também informou que o uso do nome social visa assegurar tratamento digno ao eleitor. O nome registrado pelo cidadão constará também nas folhas de votação e nos terminais dos mesários nas seções eleitorais, de modo a favorecer uma abordagem adequada à individualidade do eleitor.

“A missão da Justiça Eleitoral é garantir o processo democrático, isso da se tratando isonomicamente a todas às pessoas independentemente de credo, religião ou gênero. Qualquer cidadão pode fazer essa solicitação em qualquer posto de atendimento ou cartórios eleitorais do TRE”, ressalta o assistente da diretoria do fórum eleitoral de Aparecida de Goiânia, Tênissson de Sousa Cavalcante.

Atualmente, transgêneros já podem adotar o nome social em identificações não oficiais, como crachás, matrículas escolares e na inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo. A administração pública federal também autoriza o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de travestis e transexuais desde abril do ano passado. (Comunicação LGBTTQ)

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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