Principais candidatos à eleição da França votam sob forte esquema de segurança

Passado do meio-dia na Europa, cerca de um terço dos franceses habilitados a participar das eleições presidenciais do país neste domingo já haviam votado, incluídos os quatro principais candidatos, em um processo eleitoral que ocorre sob forte esquema de segurança por causa de ameaças terroristas.

Até as 12h, 28,54 % dos eleitores franceses havia votado, percentual muito parecido ao das últimas eleições presidenciais do país, em 2012, segundo informe do Ministério do Interior.

Até esse horário, boa parte dos candidatos e das principais figuras políticas do país já havia votado em uma disputa marcada pela incerteza sobre quem será o próximo presidente francês.

As últimas pesquisas mostraram uma disputa acirrada entre quatro candidatos: a ultradireitista Marine Le Pen, o social-liberal Emmanuel Macron, o conservador François Fillon e o esquerdista
Jean-Luc Mélenchon.

O presidente da França, Francois Hollande, votou por volta das 10h (5h da manhã no horário de Brasília) no distrito eleitoral de Tulle, no departamento de Corrèze, no centro do país, localidade da qual foi prefeito entre 2001 e 2008.

Hollande não manifestou apoio político a nenhum candidato nesta eleição, apesar de deixar entrever em uma entrevista ao semanário Le Point que via com bons olhos o candidato Emmanuel Macron.

Seu correligionário e candidato presidencial pelo Partido Socialista, Benoît Hamon, que de acordo com as pesquisas deve ser o grande derrotado no primeiro turno, votou praticamente na mesma hora que Hollande em Trappes, na periferia de Paris.

O candidato liberal Emmanuel Macron, favorito nas sondagens, votou meia hora depois, acompanhado de sua mulher, na localidade de Le Touquet, na costa do Atlântico, onde tem uma casa.

Macron, que aos 39 anos pode ser o presidente mais jovem da história da França, chegou ao colégio eleitoral em meio a um forte esquema de segurança, uma precaução diante do elevado nível de alerta em que vive o país.

Por volta das 11h, a candidata da ultradireitista Frente Nacional, Marine Le Pen, votou no distrito de Hénin-Beaumont, no norte do país, onde deve passar todo o dia.

Acompanhada do prefeito da cidade, Steeve Briois, também da Frente Nacional, Le Pen votou em meio a grande exposição midiática e, sorridente, cumprimentou os integrantes da mesa de votação antes de deixar o local.

Quinze minutos antes das 12h, o candidato conservador François Fillon votou no distrito VII, no centro de Paris, também em meio a forte esquema de segurança.

Fillon era um dos alvos de um grupo jihadista preso esta semana em Marsella, que preparava um ataque terrorista. Por causa da ameaça, a polícia inspecionou o local de votação esta manhã em busca de possíveis explosivos.

Também pouco antes das 12h, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy votou no distrito XVI de Paris, acompanhado de sua esposa, Carla Bruni.

O único dos quatro principais candidatos à eleição presidencial que votou depois do meio-dia foi o concorrente de esquerda, Jean-Luc Mélenchon.

Rodeado por seus principais colaboradores na campanha e diante de grande cobertura da imprensa, o político francês votou no distrito X de Paris.

Com um sorriso largo, Mélenchon disse, após votar, que seguiria a apuração em sua casa, muito próxima ao local de votação.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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