Principais diplomatas russos e ucranianos se encontram para discutir o conflito

Um leve sinal de dias melhores parece surgir no horizonte do leste europeu. Na manhã desta quinta-feira (10), pela primeira vez desde o início da invasão russa à Ucrânia, os mais importantes diplomatas dos dois países se encontram para discutir o conflito. A conversa acontece na cidade de Antalya, na Turquia, com as presenças do ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, e o chanceler da Rússia, Sergey Lavrov.

Cerca de expectativas, a reunião entre as duas autoridades, que deve ser mediada pelo ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, deve ter como foco a criação de novos corredores humanitários em pontos espalhados pela Ucrânia, facilitando o fluxo de evacuação de civis. Também se espera que a conversa caminhe no sentido de se encontra pontos de convergência que permitam o final do conflito, que já dura duas semanas.

Entretanto, vários obstáculos tornam complicado o anúncio de um cessar-fogo definitivo. Para as autoridades ucranianas, a Rússia tem realizado repetidos ataques a diversas cidades, provocando destruição de prédios públicos, incluindo uma maternidade. Além disso, segundo levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), o número de civis mortos durante os ataques já seria superior a 500. Outros dois milhões de ucranianos já teriam deixado o país fugindo da guerra.

Do outro lado do balcão, o governo de Vladimir Putin classifica como mentirosas as acusações feitas pela Ucrânia e afirma que existe uma espécie de ‘russofobia’, fomentada pelo ocidente. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, inclusive, acusou países da Europa, além dos Estados Unidos e da imprensa mundial de apoiarem ideias “extremistas”.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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