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Principal opositora do regime Bielorrusso é condenada a 11 anos de prisão

Uma das principais opositoras da Bielorrússia, Maria Kolesnikova foi condenada a 11 anos de prisão nesta segunda-feira (6), por conspirar contra o poder, através da criação de uma “organização extremista” e do incitamento de ações contra a segurança do país. Já o advogado Maxim Znak, julgado no mesmo processo, foi condenado a 10 anos de prisão pelos crimes.

A opositora, de 39 anos, se tornou um dos rostos dos processos que ajudou a organização contra o resultado eleitoral de agosto de 2020, considerado fraudulento pela oposição e pela comunidade internacional, quando Alexander Lukashenko confirmou mais um mandato no poder. Maria Kolesnikova foi detida após rasgar seu passaporte, para evitar que as forças bielorrussas a expulsassem do país.

Tanto o ativista Maxim como Kolesnikova, participaram da campanha do candidato a presidência Viktor Babariko, um banqueiro que foi preso e impedido de concorrer contra Lukashenko, por ter conseguido um apoio significativo à sua candidatura. Barbakiro foi condenado a 14 anos de prisão em julho, por corrupção e branqueamento de capitais.

Os réus negaram as acusações e consideraram o julgamento uma farsa -que ocorreu à portas fechadas e os detalhes do caso não foram revelados. Ainda assim, imagens da agência Sputnik mostravam os acusados em uma jaula de vidro, enquanto esperavam pelo veredito. Kolesnikova levantava as mãos algemadas para fazer seu gesto característico, um coração -que costumava fazer durante os protestos- e sorria para as câmeras.

A União Europeia denunciou o veredito, e o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico acusou a sentença de ser um ataque contra os defensores da democracia.  “A UE lamenta o desrespeito flagrante permanente do regime de Minsk pelos direitos humanos e liberdades fundamentais das pessoas da Bielorrússia” Disse o porta voz da União Europeia.

A repressão do regime de Lukashenko tem se intensificado após a prisão de figuras importantes da oposição, entre políticos, advogados, jornalistas e outros membros da sociedade civil. Dezenas de organizações não-governamentais, incluindo as que oferecem cuidados de saúde, também foram fechadas à medida que Lukashenko leva a cabo aquilo que a chama de “purga” contra as organizações desleais.