Prisão de Belão, líder do tráfico na Penha, durante megaoperação no Rio de Janeiro

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Belão, cujo verdadeiro nome é Thiago do Nascimento Mendes, é conhecido como o braço direito de Doca, um dos principais chefes do Comando Vermelho (CV) na região do Rio de Janeiro. Ele foi capturado durante uma megaoperação realizada pelas polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, localizados na Zona Norte da cidade. A prisão de Belão ocorreu em uma casa na Favela da Chatuba, na Penha, onde ele era o líder do Morro do Quitungo.

Segundo informações do Conselho Nacional de Justiça, Belão tinha seis mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, relacionados ao tráfico de drogas, comércio de armas e confrontos com quadrilhas rivais. Ele já havia sido alvo de operações anteriores da Polícia Civil, sendo que em uma dessas tentativas de interceptação, houve tiroteio e o traficante conseguiu escapar.

O traficante era responsável por coordenar o controle do território do Morro do Quitungo, que era disputado com o Complexo de Israel, dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Além disso, Belão participava de reuniões estratégicas do CV, organizando logística e distribuição de armamentos entre as comunidades da Penha e do Alemão. Ele também atuava como “síndico” em um prédio no Quitungo, onde os moradores eram obrigados a pagar aluguéis aos criminosos.

A prisão de Belão foi realizada durante a megaoperação denominada Contenção, que contou com a participação de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, bem como promotores do Gaeco/MPRJ. O objetivo da ação era conter a expansão do Comando Vermelho e capturar líderes do tráfico não apenas no Rio de Janeiro, mas também em outros estados. Durante a operação, além de Belão, outros integrantes da quadrilha foram presos e armas e veículos apreendidos.

No entanto, a operação não foi isenta de confrontos e violência. Ao todo, 18 suspeitos foram mortos, incluindo dois homens vindos da Bahia, e quatro moradores foram atingidos. Entre os feridos, estava um cabo do Batalhão de Operações Especiais (Bope), além de outros moradores locais. Os relatos dos moradores nas redes sociais descrevem intensos tiroteios, barricadas em chamas e granadas lançadas por drones contra a polícia.

A ação desencadeada pelas forças de segurança teve como alvo não apenas Belão, mas também outros integrantes do CV que estavam escondidos nos complexos da Penha e do Alemão. O objetivo era desmantelar a estrutura de poder da facção criminosa e impedir sua expansão territorial. O trabalho das autoridades foi resultado de mais de um ano de investigações, visando o cumprimento de mandados de prisão e denúncias contra traficantes atuantes na região.

Os líderes do CV, como Doca, Pedro Bala, Gadernal e Grandão, exercem influência em diversas comunidades do Rio de Janeiro, incluindo áreas recentemente tomadas de milícias. A denúncia do Ministério Público aponta para a liderança desses indivíduos no controle do tráfico de drogas em regiões estratégicas da cidade. A megaoperação teve como objetivo enfraquecer a atuação desses criminosos e conter a violência nas áreas dominadas pelo Comando Vermelho.

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