A apreensão no entorno de Lula era que, caso a decisão fosse nesse sentido, haveria um novo momento de tensionamento das relações entre as Forças Armadas e o governo, quebrando o atual momento, descrito como de normalidade institucional, sobretudo com o Exército. Além disso, o entorno do presidente levava em consideração o risco de que a presença de Bolsonaro em instalações militares suscitasse a retomada de acampamentos em QGs do Exército na capital federal e Brasil afora. A eventual prisão de Bolsonaro na Papuda também não era tida como cenário ideal pelos aliados de Lula, uma vez que daria discurso à direita de que o ex-presidente é vítima de perseguição, dado que o próprio petista, quando foi preso pela Lava Jato, teve direito a prisão especial na PF, em Curitiba. Agora, raciocinam esses aliados de Lula, será mais difícil para Moraes remover Bolsonaro para a Papuda quando chegar o cumprimento definitivo da pena, uma vez que ele já estará instalado na PF. Como os indícios de tentativa de fuga atrapalharam a concessão de uma prisão domiciliar humanitária, ao menos na largada do cumprimento da pena, a manutenção da PF como local para a prisão de Bolsonaro é vista como um ‘meio do caminho’ que diluiria as alegações de que ele é vítima de perseguição por parte do STF.




