Prisão temporária de suspeito de matar aluna da USP: polícia investiga caso

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Justiça decreta prisão temporária de suspeito de matar aluna da USP

Segundo a investigação, Esteliano Madureira é o homem que aparece no vídeo
gravado por uma câmera de segurança perseguindo Bruna. Vítima foi achada morta
com sutiã ao lado do corpo.

Esteliano Madureira é apontado pela polícia como o homem que aparece no
vídeo seguindo Bruna Silva. De acordo com a investigação, ele matou a vítima —
Foto: Reprodução

A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária por 30 dias de Esteliano José Madureira,
principal suspeito de matar Bruna Oliveira da Silva,
na Zona Leste de São Paulo. Agora, ele é considerado foragido. A decisão do
Tribunal de Justiça foi tomada no fim da noite de quarta-feira (23).

De acordo com a investigação, Esteliano é o homem que aparece no vídeo gravado
por uma câmera de segurança perseguindo Bruna. A filmagem foi feita em 13 de
abril,
do lado de fora da estação de Metrô Corinthians-Itaquera (veja abaixo).
Esteliano foi reconhecido nas imagens por uma pessoa da região que o conhece.

Em sua decisão, o juiz Leonardo Fernando de Souza Almeida justificou a
decretação da prisão diante da possibilidade de o suspeito fugir, uma vez que
ele não tem residência fixa. Segundo a polícia, Esteliano mora em um barraco em
um “acampamento” de usuários de drogas nas redondezas.

Como a Polícia Civil encontrou calcinhas na casa dele, o Departamento Estadual
de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga se a vítima também sofreu
algum tipo de violência sexual.

O corpo de Bruna foi encontrado no dia 17,
num estacionamento da região. Estava seminu e com ferimentos, inclusive de
queimaduras. A perícia da Polícia Técnico-Científica fez exames, e os laudos
irão apontar se ela foi vítima de abuso sexual.

Peritos ouvidos pelo DE disseram que ela tinha uma fratura numa vértebra do
pescoço, o que sugere que pode ter sofrido um estrangulamento e morrido por
asfixia. Também foram encontrados um saco plástico próximo ao cadáver. A causa
da morte, no entanto, ainda não foi divulgada oficialmente pelas autoridades.

Tanto as calcinhas quanto um sutiã encontrado perto do corpo da vítima foram
apreendidos e serão periciados. A polícia quer saber se as peças são de outras
possíveis vítimas de Esteliano. Policiais estão verificando boletins de
ocorrências na região para saber se mulheres registraram queixa contra ele.

Esteliano tem 43 anos e já teve passagem criminal anterior por roubo. O crime
foi cometido em 2008, quando foi preso, mas, durante o julgamento, ele foi
absolvido.

“Nossas equipes buscam localizar esse homem, que sabemos que é morador da
região, mas não conhecia a vítima. Nos vídeos analisados, ele aparece seguindo a
estudante. Depois, as imagens não mostram mais nada nem os dois. Suspeitamos que
ele a agarrou e a levou para o local onde a matou”, disse Ivalda Aleixo,
diretora do DHPP, ao DE.

A defesa do investigado não foi localizada para comentar o assunto.

QUEM ERA BRUNA

Bruna tinha 28 anos. Ela deixou um filho de 7 anos, fruto de um relacionamento
anterior.

No dia em que sumiu, ela havia voltado da casa do atual namorado para a estação
de Metrô. Dali, Bruna decidiu caminhar até a casa onde morava com o pai. O local
fica um quilômetro distante dali. O corpo da estudante foi encontrado a 2
quilômetros da estação.

O celular da estudante não foi encontrado com ela. O DHPP suspeita que o
telefone possa ter sido levado por Esteliano. Dois dias após o desaparecimento
da mulher, o aparelho estava sendo usado, segundo a investigação.

Seu ex-marido, o atual namorado da estudante e a família dela foram ouvidos pela
polícia. Antes de desaparecer, a estudante estava na casa do namorado, no
Butantã, na Zona Oeste da capital.

Corpo de estudante que desapareceu após sair da estação Itaquera é encontrado
com marcas de agressão em SP

Bruna era formada em história pela Universidade de São Paulo. Fez mestrado no
programa de história social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
(FFLCH) da USP em 2020.

Recentemente, ela tinha sido aprovada para o mestrado de pós-graduação em
mudança social e participação política na mesma universidade.

Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Ela era muito contra a violência
contra a mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como ela mais temia e
como eu mais temia. E aí pergunto: Por que não fui eu? A dor seria bem menor.

— Simone da Silva, mãe da estudante

Por meio de nota, a direção da EACH lamentou a morte de sua aluna: “A direção
envia os sentimentos aos familiares e amigos”.

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