Procedimentos estéticos: os perigos da busca pela beleza no Brasil

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Beleza fatal: os perigos por trás da febre dos procedimentos estéticos

Apesar dos riscos, o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. Os procedimentos estéticos nunca estiveram tão em alta no DE. A promessa de um rosto mais harmonizado e um corpo perfeito movimenta mais de R$ 40 bilhões por ano no país e impulsiona uma indústria que cresce a cada dia.

No entanto, essa busca incessante pela beleza vem acompanhada de riscos cada vez mais alarmantes. De profissionais sem qualificação a procedimentos ilegais, a obsessão estética tem levado muitas pessoas a consequências irreversíveis – e até fatais. Confira alguns casos recentes.

Em outro caso recente, Paloma Lopes Alves, de 31 anos, faleceu após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante um procedimento de hidrolipo realizado na clínica Maná Day, localizada no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo. A contratação do serviço foi feita pelas redes sociais, e Paloma conheceu o médico responsável, Josias Caetano dos Santos, apenas no dia do procedimento, que ocorreu em novembro de 2024.

As investigações revelaram que a clínica não possuía licença sanitária para operar e foi interditada por exercer atividades de forma irregular. Além disso, foi revelado que o médico já havia sido processado pelo menos 20 vezes por danos morais relacionados a erros médicos. Posteriormente, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou sua prisão preventiva devido ao ocorrido e o médico teve o registro médico interditado.

De acordo com a Euromonitor International, o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, China e Japão, e movimenta cerca de R$ 48 bilhões anuais. Para a psicóloga clínica e jurídica Marlêide Borges, essa febre estética vai além da vaidade. Existem casos em que está ligada a um problema mais profundo: um vazio emocional.

“A estética virou uma necessidade social e gerou uma alta demanda. Muitos profissionais apresentam um excelente trabalho, mas outros enxergam apenas o lucro, sem levar em conta a integralidade do ser humano”, alerta. Já atendi pacientes que chegaram a um ponto de ‘plasticidade artificial’, após tantos procedimentos que perderam a naturalidade, e ainda assim não estavam satisfeitos. O mais assustador é que, na maioria dos casos, os profissionais não questionavam os motivos da busca excessiva por mudanças. Estavam mais preocupados em atender ao “desejo do cliente” do que em avaliar se aquilo era realmente necessário.

A busca pela beleza tem se tornado uma indústria bilionária no Brasil, mas os riscos envolvidos precisam ser levados em consideração. Com casos como o de Isadora Milhomem e Paloma Lopes Alves, é crucial que as pessoas estejam cientes dos perigos por trás dos procedimentos estéticos e procurem profissionais qualificados e clínicas regulamentadas. A beleza não vale a saúde e a vida, e é essencial priorizar a segurança e a integridade em busca de melhorias estéticas.

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