Procura de goianos por carros usados sobe e de zero quilômetro cai em 2023

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A venda de veículos usados cresceu em Goiás acima da média nacional. A procura por carros de segunda mão subiu 40,2% no estado contra 21,5% no Brasil entre janeiro e março deste ano. Por outro lado, a demanda pelos zero quilômetro teve alta de apenas 1,6%. O atual cenário econômico estimulou os consumidores a terem cautela com os negócios devido principalmente ao custo do financiamento. 

 

Para empresários do setor, o crescimento foi um reflexo da dificuldade no acesso aos carros novos. Um dado significativo é que a venda de usados aos goianos se concentrou (60%) naqueles acima de 13 anos de uso. A previsão otimista é de alcançar os números positivos de 2021, quando foram comercializados 15 milhões de unidades da frota dos mais velhinhos.

 

“Normalmente, todo começo de ano começa mais fraco para o comércio em geral, por conta dos vários compromissos, como impostos e despesas escolares. Mas, neste ano, percebemos uma atenuação disso, pois os preços dos seminovos e usados estão mais atrativos para o cliente”, destacou o presidente da Fenauto, Enilson Sales, em entrevista ao O Popular.

 

Os antigos carros chamados de populares já não são tão democráticos. As opções mais baratas de zero quilômetro no mercado estão próximas a R$ 80 mil, o que afugenta grande parte dos consumidores. A pandemia, alta do dólar, adoção de mais itens de segurança determinados por lei e a inclusão de tecnologia nos veículos ajudam a explicar a alta geral na média de preço. 

 

Um levantamento recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que a venda de carros usados foi cinco vezes maior que a de novos no País em 2022. “Foi uma inflação muito atípica nesses últimos dois anos por conta tanto de custos do carro zero, quanto pelo lado de demanda e a partir de 2021, com esse problema todo, isso saltou a níveis estratosféricos”, destaca o economista da instituição, Matheus Peçanha.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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