Procura por itens para festas juninas movimenta lojas de Goiânia

A procura por itens de festa junina está movimentando lojas especializadas de Goiânia. Com a retomada do evento presencial, alguns artigos típicos precisam ser reservados para garantir a quadrilha, principalmente vestuário. O setor chega a movimentar R$100 milhões em Goiás.

Os vestidos simples, apenas de chita, já não fazem mais parte da preferência das mulheres que dançam nos arraiás. Os modelos agora incluem cropped e saia, peças que podem criar novas composições de estampas, cores e adereços. A demanda costuma ser tão grande que algumas lojas chegam a criar coleções especiais para atender o público.

“Com exceção do período mais crítico da pandemia, sempre criamos novos modelos de roupas para a festa. Neste ano, as pessoas têm nos procurado com mais antecedência para fazer reservas. Investimos nos conjuntos esse ano para acompanhar as preferências do público. Estamos alugando muito para o público adulto, que está retornando agora para os grandes eventos”, afirma a gerente da Toque de Mágica Fantasias, Maria Clara Coêlho.

A empresa aluga roupas de festa junina para crianças de 1 ano de idade e também para adultos até para o tamanho plus size. Os preços variam de R$ 70 a R$150, conforme  os detalhes e aviamentos utilizados nas peças. Segundo a gerente, a loja tem 400 reservas de trajes juninos, desde o lançamento da coleção. O número é o dobro do registrado no ano passado, quando ocorreram poucos eventos juninos e voltados para as crianças nas escolas. A expectativa é que os pedidos cheguem a  700 até o fim do próximo mês.

Para a decoração, bandeirolas, balões juninos, apliques de E.V.A em formato de espiga de milho, de menino caipira e de espantalho são os mais requisitados. Na Rede de Festa do setor Pedro Ludovico, a preparação com renovação de estoque e montagem do mostruário começou logo após o dia das mães, no segundo domingo de maio.

“A procura agora já é bem maior comparando com o ano passado de decoração a alimentos como pipoca doce , paçoca , pé-de-moleque etc. Os dois saem bastante, mas decoração tem vendas um pouco maiores, e o preço não está muito diferente do cobrado no ano passado. A Paçoquita 750 gramas, por exemplo, tem de  R$14,95 a R$ 22,95”, destaca a gerente Lara Santana.

Em Goiás, o chamado movimento junino chega a movimentar R$ 100 milhões. A festa chega a envolver 1,4 mil dançarinos. Segundo o presidente da Federação das Quadrilhas Juninas de Goiás (Fequajugo), Alex Gontijo, são 14 grupos filiados e outros 12 independentes em atuação regional. Na cadeia produtiva da economia envolvida fazem parte setores ligados à estrutura, transporte, comida, confecção das peças, tecido, produção, cenário, cabelo, maquiagem, coreógrafo, decoração, palco e som, por exemplo.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp