Procuradora da Lava Jato pede desculpa a Lula por ironizar morte de Marisa

Procuradora da Lava Jato pede desculpa a Lula por ironizar morte de Marisa

A procuradora da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Jerusa Viecili, publicou na noite desta terça-feira (27) em uma rede social um pedido de desculpas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela foi uma das pessoas citadas na reportagem da série Vaza Jato publicada também nesta terça pelo UOL em parceria com o The Intercept Brasil.

“Errei. E minha consciência me leva a fazer o correto: pedir desculpas à pessoa diretamente afetada, o ex-presidente Lula”, escreveu a procuradora .

Na reportagem, comentários maldosos de membros da força-tarefa da Lava Jato sobre a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia e também do irmão de Lula, Vavá , e de seu neto, Arthur , foram revelados.

Em um grupo, Jerusa questionou: “Querem que eu fique pro enterro”, após o outro procurador, Julio Noronha, publicar um link sobre a morte de Marisa. Em outro momento, os procuradores discutiram sobre a ida ou não de Lula para o enterro do irmão. Jerusa demonstrou preocupação caso o pedido fosse negado: “Vamos apanhar muito por causa disso”.

Já em 1º de março, Jerusa Viecili compartilhou um link sobre a morte de Arthur e escreveu: “Preparem para nova novela ida ao velório”. Outro procurador, Athayde Ribeiro Costa, reclama que a morte tenha acontecido “no meio do carnaval” e Deltan Dallagnol sugere que deveria acontecer como no dia do enterro do irmão de Lula: “Tem que fazer igual o Toffoli deu”, afirmou.

Assim, mesmo que indiretamente, a procuradora admite a veracidade das mensagens divulgadas, o que nenhum dos citados nas reportagens do The Intercept havia feito. Pessoas como o ex-juiz e hoje ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, sempre negaram e se disseram vítimas de ataques hacker.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

PF investiga general ligado ao governo Bolsonaro por imprimir plano para matar Moraes, Lula e Alckmin no Planalto

A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Bolsonaro, teria impresso no Palácio do Planalto um “plano operacional” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o plano de três páginas foi encontrado no gabinete da Secretaria-Geral. Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19).

De acordo com a PF, o documento, salvo sob o título “Plj.docx” (referência à palavra “planejamento”), detalhava a execução do plano. Além disso, outros arquivos sensíveis, como “Fox_2017”, “Ranger_2014” e “BMW_2019”, foram localizados na pasta “ZZZZ_Em Andamento”, que a polícia interpretou como um indício de que as ações estavam em fase ativa. Curiosamente, os nomes dos arquivos remetiam a veículos pessoais do general, segundo o relatório policial.

A defesa de Mário Fernandes ainda não se pronunciou sobre o caso.

Operação e alvos

A operação desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal, todos investigados por ligação com um suposto grupo denominado “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais. O grupo é acusado de planejar o assassinato de lideranças políticas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ao todo, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e determinou 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos. Entre os alvos estão Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que apura possíveis tentativas de golpe de Estado relacionadas à eleição de 2022.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos