Candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia pelo PL, o deputado federal Professor Alcides está sendo investigado em dois inquéritos policiais por suspeita de envolvimento na venda de vagas de medicina no Centro Universitário Alfredo Nasser (Unifan), instituição de sua propriedade. De acordo com as denúncias, as vagas eram negociadas por valores que chegavam a R$ 180 mil e, em alguns casos, acrescidas de favores sexuais.
As denúncias surgiram por meio de um ex-reitor da Unifan, que afirmou à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) que Alcides conduzia um esquema de comércio ilegal de vagas no curso de medicina da instituição. Segundo o ex-diretor, no início de cada semestre, as vagas eram vendidas por quantias em dinheiro e até favores sexuais. As provas dos alunos que compravam essas vagas eram fraudadas, sendo trocadas por outras previamente preenchidas com as respostas corretas.
Além da venda de vagas, o inquérito também investiga a prática de aproveitamento ilegal de matérias cursadas em faculdades de medicina no exterior, como no Paraguai. Alunos teriam pago até R$ 140 mil para validar disciplinas estrangeiras no Brasil, algo que a legislação brasileira proíbe. Em um dos casos, alunos teriam desembolsado R$ 550 mil para garantir o diploma de medicina na Unifan.
Um dos casos ganhou repercussão quando um vídeo viralizou nas redes sociais, mostrando uma confusão entre Professor Alcides e a madrasta de um aluno que havia pagado para transferir-se da Universidad Central del Paraguay e validar suas matérias pela Unifan. Ela estaria exigindo a devolução do valor pago, mas foi agredida verbalmente por Alcides durante a discussão.
Pelo menos dois alunos da instituição que vieram transferidos do Paraguai recorreram à justiça exigindo a restituição das importâncias pagas à Unifan, além de requererem indenização por danos morais, valores que somados chegam a mais de R$ 400 mil.