Professor da UEPG que enviou mensagens de teor sexual a aluna é demitido

Um professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) foi demitido após ser considerado culpado por assédio sexual em relação a uma aluna. Diversas mensagens de teor sexual enviadas por meio de mensagens escritas, áudios e vídeos, foram utilizadas como provas no processo.

A demissão de Luciano Ribeiro Bueno, do Departamento de Economia, foi oficializada em 9 de agosto de 2023, publicada no Diário Oficial do Paraná. O processo durou cerca de um ano. A aluna denunciou o incidente à Ouvidoria da UEPG, resultando em um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

Durante o processo, as advogadas de Luciano afirmaram que ele não agiu com a intenção de abusar de sua posição de poder sobre a aluna e que ele estava passando por problemas psicológicos que influenciaram seu comportamento. No entanto, as provas levaram à decisão de demissão.

O caso suscitou debate entre a comissão responsável pelo processo disciplinar. Enquanto algumas autoridades recomendaram uma suspensão de 60 dias, uma professora defendeu a demissão do professor, enfatizando a gravidade do assédio e a necessidade de punição pedagógica.

O reitor da universidade solicitou um parecer jurídico, e a Procuradoria Jurídica da UEPG afirmou que o professor deveria ser exonerado com base na evidência de assédio sexual. O professor também enfrenta ações judiciais e concordou com uma pena restritiva de direitos de prestação pecuniária.

A UEPG afirmou que está investigando outras 11 denúncias de assédio sexual atualmente. As comunicações entre professores e alunos para assuntos acadêmicos são regulamentadas por meios oficiais, como e-mails institucionais e plataformas online da universidade.

Oferta de ajuda evoluiu para assédio

O caso começou na madrugada de 21 de julho de 2022. As mensagens tiveram início com uma oferta de ‘ajuda’, quando o professor entrou em contato com a aluna através do WhatsApp. Embora ele tenha inicialmente apagado duas mensagens, enviou novas pela manhã, se apresentando.

Durante a conversa, ele indaga o motivo de sua ausência nas aulas e, posteriormente, informa que a aluna havia obtido uma nota baixa em um trabalho, oferecendo a oportunidade de refazê-lo. Ele também sugere que poderia compartilhar as questões através do aplicativo. A aluna responde com um simples “Entendi professor”.

No período noturno, o professor retoma a conversa e questiona novamente se ela gostaria de receber as questões. Ao não receber resposta, ele revela seu interesse excitante por ela. Utilizando expressões como “Você sempre olha nos meus olhos. Olha o status. Vai gostar. Vai querer a chance? […] Deixa prof de r**a dura. Vamos sair? O que quer? Vamos marcar?”, ele avança.

Trinta minutos depois, a aluna responde solicitando que o homem confirme sua identidade em áudio. Após confirmação, ela sugere que ele reveja seu status no WhatsApp. No status, o homem exibia imagens explícitas de seu órgão genital, visíveis por todos os seus contatos.

Por meio de áudios, Luciano também a convida para ter relações sexuais com ele, perguntando o que ela desejaria em troca. Após a sequência de áudios, a aluna questiona: “Por um acaso em algum momento eu dei liberdade pro senhor me mandar esse tipo de vídeo, e me fazer esse tipo de proposta?”.

O Processo Administrativo Disciplinar revela que as mensagens de teor sexual foram enviadas entre 23h23 e 01h29, sendo avaliadas pela comissão responsável e registradas em cartório. Quando confrontado pela aluna, Luciano pediu desculpas e a conversa foi finalizada às 2h34, quando a aluna bloqueou o contato dele.

Depoimento

O professor admitiu que não negou os fatos, mas alegou que a interpretação incorreta dos olhares e sinais corporais da aluna levaram a essa situação. Ele também justificou o envio das mensagens devido a crises de ansiedade, afirmando que as fotos não foram diretamente enviadas a ela.

No relatório do Processo Administrativo Disciplinar, a comissão responsável cita a “gravidade da descompostura do servidor” a partir da avaliação da denúncia e também frente ao fato de ele não ter negado a ação. A comissão era formada por duas professoras e um professor.

Luciano Ribeiro Bueno era professor colaborador da UEPG desde 2003. Em 2012, foi admitido como professor de carreira. De 2016 a 2020, foi chefe do Departamento de Economia e estava afastado desde agosto de 2022. Quando enviou as mensagens, ele era chefe-adjunto do Departamento de Economia, com vencimentos de R$ 10.959,38.

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PRF inicia operações para coibir ultrapassagens indevidas nas rodovias

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) promete reforçar a fiscalização nas rodovias federais entre esta sexta-feira, 20, e a próxima quarta-feira, 25. Deflagrada à 0h de hoje, a Operação Natal 2024 prevê maior frequência nas rondas, além do posicionamento de equipes policiais em trechos identificados como os mais perigosos.

Durante a operação, que se estenderá até as 23h59 da quarta-feira de Natal, a PRF ampliará o efetivo policial nas rodovias federais para coibir, principalmente, as ultrapassagens indevidas. Entre janeiro e novembro deste ano, foram registradas 272.955 infrações deste tipo.

Embora o total de ocorrências tenha variado pouco em comparação ao resultado registrado em 2023 (270.165), o número de acidentes com feridos e mortos aumentou significativamente. Entre janeiro e novembro deste ano, 1.557 sinistros de trânsito associados à ultrapassagem indevida deixaram 2.287 feridos e 363 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 1.469 acidentes, com 2.263 feridos e 313 óbitos.

Em nota, o coordenador-geral de Segurança Viária da PRF, Jeferson Almeida, destaca que o motorista que realiza ultrapassagem indevida está colocando em risco não só sua própria vida, como a de seus eventuais acompanhantes e de outras pessoas.

“A ultrapassagem indevida já é perigosa por si só. Quando associada à velocidade excessiva para conseguir realizar a manobra e não se tem sucesso, os efeitos são muito danosos. São saídas de pista, colisões transversais ou frontais, circunstâncias em que o choque entre os veículos é mais intenso”, enumera Almeida.

O motorista flagrado realizando ultrapassagens indevidas pode ser multado em até R$ 2.934,70 e ter o direito de dirigir suspenso.

Rodovida

A Operação Natal 2024 é a primeira das grandes ações da Operação Rodovida 2024/2025, que a PRF lançou nesta quarta-feira, 18. Com o tema Desacelere: Seu Bem Maior é a Vida, a iniciativa se estenderá até 9 de março de 2025, com o objetivo de tentar reduzir as ocorrências por excesso de velocidade nas rodovias federais.

De janeiro a outubro deste ano, o excesso de velocidade resultou em mais de 5 milhões de autos de infração – mais que o dobro dos 2,1 milhões de autuações registradas no mesmo período de 2023. Apesar da alta significativa nas infrações, a PRF registrou queda no número de sinistros de trânsito e mortes em que a causa principal foi o excesso de velocidade. De janeiro a outubro deste ano, foram 3.478 sinistros e 358 óbitos. No ano passado, foram 3.508 ocorrências e 381 mortes.

Por outro lado, entre janeiro e outubro de 2024, a PRF registrou 9.013 sinistros de trânsito atribuídos à reação tardia ou ineficiente dos condutores, o que resultou em 10.506 feridos e 575 mortes. A correlação entre o excesso de velocidade e a reação tardia ou ineficiente dos condutores é um dos principais desafios para a segurança viária. A velocidade excessiva reduz o tempo de reação necessário para desviar de obstáculos, frear a tempo ou lidar com mudanças inesperadas na via. Isso se reflete nos dados, uma vez que a velocidade elevada pode ser fator determinante em muitos sinistros de trânsito fatais com vítimas.

 

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