Professor de jiu-jitsu suspeito de pedofilia: Entidades repudiam ação e pedem providências

Entidades se manifestam após prisão de professor de jiu-jitsu suspeito de pedofilia

Professor foi preso no último sábado (23), em Balneário Camboriú, em Santa Catarina enquanto acompanhava atletas em um torneio da modalidade

1 de 1 Preso foi conduzido à delegacia e depois ao presídio — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Preso foi conduzido à delegacia e depois ao presídio — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Federações de jiu-jitsu e uma associação de professores de educação física se manifestaram em repúdio ao professor da modalidade, Alcenor Alves Soeiro, preso suspeito de estupro de vulnerável e exploração sexual. O treinador foi detido, no último sábado (23), em Balneário Camboriú, Santa Catarina, no âmbito da ‘Operação Armlock’, deflagrada pela Polícia Civil.

As investigações apontaram que Soeiro usava da profissão para cometer os crimes sexuais contra menores de idade. No momento em que foi detido, informou a Polícia Civil, ele participava de uma competição como treinador de crianças e adolescentes.

A Federação Amazonense de Jiu-Jitsu Profissional (FAJJPRO), emitiu uma nota nas redes sociais onde repudiou as graves denúncias e as provas que foram colhidas contras as crianças e adolescentes da comunidade do jiu-jitsu regional.

“A FAJJPRO não medirá esforços para colaborar com as autoridades e implementar ações que fortaleçam a proteção e o bem estar de todos os atletas. Esta federação jamais será conivente com situações que afrontem os princípios de respeito, ética e segurança”, completou a nota.

Também por meio das redes sociais, a Federação Amazonense de Jiu-Jitsu Esportivo (FAJJE), emitiu uma nota onde manifesta sua repulsa a qualquer ato criminoso, em especial aqueles que ferem gravemente os princípios de respeito e proteção aos vulneráveis.

A FAJJE reafirma que não compactua com qualquer conduta que contraria a lei, ética e os valores morais que sustentam a prática do jiu-jitsu como ferramenta de transformação social e promoção a cidadania. Seguiremos trabalhando para assegurar que a prática do jiu-jitsu continue sendo motivo de orgulho.

A Associação dos Profissionais de Educação Física do Estado do Amazonas (APEFAM), em nota, repudiou toda e qualquer manifestação de assédio, importunação e violência contra as pessoas. Na publicação, a associação também pede que as federações que regulam a modalidade no estado suspendam imediatamente o treinador.

“Reiteramos ainda a importância de denunciar situações de assédio, importunação ou violência sofridas em qualquer ambiente, pois é através de denúncias que se torna possível coibir tais atos”, diz a nota.

Até o fechamento desta matéria a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBBJJ), Federação Brasileira de Jiu Jitsu (FBJJ) e a Federação de Jiu Jitsu Amazonense (FJJAM) não haviam se manifestado sobre a prisão.

O DE tenta localizar a defesa de Alcenor Alves Soeiro.

O CASO

Um mandado de prisão temporária em nome do professor de jiu-jitsu foi expedido pela Justiça do Amazonas e cumprido em Santa Catarina. Conforme informações que basearam o pedido de prisão, ao qual o DE teve acesso, o homem teria se favorecido do fato de atuar como professor de jiu-jitsu para abusar de crianças e adolescentes desde 2014, “havendo possibilidade de tais crimes estarem sendo perpetrados ainda atualmente”.

A decisão cita que a prisão foi pedida por conta da “iminente possibilidade de fuga do representado e o risco à obtenção da prova e coação das vítimas”.

Segundo a PC-AM, os abusos eram praticados durante as viagens para disputa de campeonatos e na casa do investigado, onde o autor dopava as vítimas para consumar os delitos. Além disso, o indivíduo costumava presentear os atletas com roupas e equipamentos de jiu-jítsu, passagens aéreas, inscrições em campeonato e video games.

Até o momento, não se sabe quantas vítimas foram exploradas sexualmente pelo suspeito.

O QUE DISSE A ESCOLA EM QUE O TREINADOR ATUA

“Diante das notícias e dos últimos acontecimentos que envolveram o nosso diretor técnico de alto rendimento Alcenor Alves e da nossa escola, viemos ao público e a comunidade do JIU-JITSU informar que estamos no mercado desde 03/2017 e sempre pautamos pelos pilares e princípios do jiu-jitsu, a nossa escola é referência no ensino da formação de campeões, hoje a escola conta com um corpo de 6 (seis) professores graduados entre a faixa marrom e preta que trabalham diariamente no ensino do jiu- jitsu e nunca fomos alvo de denúncias sobre qualquer fato que venham denegrir ou ameaçar a integridade das pessoas. Somos uma escola em pleno crescimento no esporte que preza inclusive a integração das famílias diariamente próximo ao nosso tatame.

Lamentamos profundamente o ocorrido, estamos aguardando o desenrolar da justiça para que caso seja confirmado as denúncias o responsável que praticou os crimes seja punido no rigor da lei.”

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Justiça define: Estado decide adesão a programa de gestão em colégios do Paraná visto baixa votação no ‘Parceiro da Escola’

Justiça define que Estado decida adesão ao programa que terceiriza gestão em colégios do Paraná caso poucas pessoas compareçam à votação

Decisão derruba liminar concedida na sexta (6) à APP Sindicato, que defende professores do Paraná. UPES também conseguiu liminar para permitir voto de estudantes a partir de 16 anos. Consultas públicas do ‘Parceiro da Escola’ começaram na sexta (7) e vão até segunda (9).

A votação do programa ‘Parceiros da Escola’ foi baixa neste sábado (7).

O Tribunal de Justiça definiu no sábado (7) que a Secretaria de Educação do Paraná (SEED) decidirá a adesão ao Projeto ‘Parceiro da Escola’, que terceiriza a gestão em colégios estaduais, caso poucas pessoas compareçam à votação. Entenda o programa a seguir.

A decisão derrubou a liminar concedida na sexta-feira (6) à APP Sindicato – que defende os professores e funcionários dos colégios do Paraná.

Portanto, o decreto do Governo do Paraná voltou a prever que, se a maioria absoluta da comunidade escolar (50% + 1) não votar, a decisão será do Estado.

Segundo o secretário de Educação do Paraná, Roni Miranda, cada caso será analisado de forma isolada se isso acontecer. No entanto, ele afirmou que o quórum mínimo está perto de ser atingido.

“Algumas escolas já bateram o quórum. Outras estão muito próximas de bater o quórum”, destacou.

Até a tarde de sábado (7), cerca de 22% dos membros da comunidade escolar votaram.

A APP Sindicato afirmou à RPC que vai recorrer da decisão.

“Quer alterar o caráter da escola, precisa ter a chancela da comunidade escolar. O pai não foi votar em número suficiente, mantém a escola como está”, disse a presidente do sindicato, Walkiria Mazeto.

As consultas públicas iniciaram na sexta-feira (6) e continuam até segunda (9), em 177 colégios do estado. Veja a lista de instituições.

O voto é permitido a professores efetivos e contratados em Regime Especial, funcionários efetivos e contratados em Regime Especial e pais ou responsáveis pelos estudantes.

Além disso, a União Paranaense de Estudantes Secundaristas (UPES) também conseguiu uma liminar no sábado (7) para permitir o voto de estudantes a partir de 16 anos.

O Governo disse que ainda não foi notificado.

O projeto de lei que autorizou a expansão do Parceiro da Escola dizia que a parte administrativa e de infraestrutura das instituições será feita “por empresas com expertise em gestão educacional”, que deverão ter atuação comprovada na área.

Ao mesmo tempo, o texto afirmava que os profissionais efetivos lotados no colégio permaneceriam sob a gestão do diretor da rede, devendo atender a critérios e metas estabelecidas pelo parceiro contratado, em conjunto com o diretor da rede. No entanto, o texto não esclareceu quais seriam estes critérios e metas.

Com a proposta, o governo estadual defendeu que diretores e gestores terão mais tempo para concentrar esforços na melhoria da qualidade educacional.

O projeto também apontou que a Secretaria de Educação do Paraná poderá remanejar os servidores do quadro efetivo que, após consulta, optarem por relotação.

O projeto de lei afirmou que o modelo pode ser implantado em todas as instituições da rede estadual de ensino de educação básica, exceto nos tipos de ilhas, de aldeias indígenas, de comunidades quilombolas, da Polícia Militar do Paraná, das unidades prisionais, que funcionem em prédios privados, cedidos ou alocados de instituições religiosas, salvo previsão no respectivo instrumento, e que participem do Programa Cívico-Militar.

Antes da aprovação do projeto, dois colégios já usavam o modelo, em caráter piloto: o Colégio Estadual Anibal Khury Neto, em Curitiba, e o Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

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