Professor de SP capacita aluno com Síndrome de Down: autonomia e segurança no trânsito. Ação inspira famílias.

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Professor elabora iniciativa para conceder autonomia a aluno com Síndrome de Down e autista na localidade de São Paulo

No Dia do Educador, Lucas Ferreira demonstra que o ensino ultrapassa as fronteiras da sala de aula e adentra até mesmo no tráfego em São Carlos (SP). ‘O melhor docente do planeta’, declara Pedro Sabino.

Professor desenvolve projeto para conceder autonomia a aluno com Síndrome de Down

Professor idealiza projeto para conceder autonomia a aluno com Síndrome de Down

No Dia do Professor, celebrado nesta quarta-feira (15), desperta emoções especiais e a certeza de um chamado para Lucas Matheus Ferreira, professor de educação especial na Escola Estadual José Juliano Neto, localizada em São Carlos (SP).

É que o educador concebeu um projeto que busca conceder autonomia e transmitir lições sobre cidadania ao aluno Pedro Ferreira Sabino, que é portador de Síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista.

As aulas ministradas para o estudante de 14 anos não se limitam ao espaço da sala de aula. Elas abordam, fundamentalmente, temas ligados à locomoção e segurança no trânsito.

A iniciativa teve início após o aluno sair de casa sem o conhecimento dos pais e se perder na cidade, em 2024 (leia abaixo).

> “Nosso trabalho abrange tanto a parte teórica quanto a previsibilidade. Sempre trago, por exemplo, as placas de trânsito, e então estudamos, realizamos jogos pedagógicos e somente depois partimos para a prática, que envolve sair da escola e ir efetivamente para a rua”, detalhou o professor.

Na rua, o docente observa de perto Pedro aplicando o conteúdo aprendido. Isso inclui desde dirigir o olhar para os dois lados da via até identificar uma placa de parada obrigatória. Há tempo, inclusive, para uma ida à padaria, onde Pedro é encarregado de fazer o pedido.

“Eu acredito que a educação é transformadora e libertadora. Com a educação especial, ela abrange todos os níveis de ensino e possibilita que as crianças e adolescentes não se limitem apenas à teoria, mas também pratiquem, vivenciem. Para que ele se torne um cidadão formado e capaz de transitar de forma autônoma por todos os ambientes”, afirmou o educador.

A mãe de Pedro, Ana Paula Ferreira Sabino, recorda com nitidez o momento em que o filho saiu de casa sem que eles soubessem e acabou se perdendo pela cidade. Era uma tarde de sábado no ano passado, e o pai do adolescente, Fábio, estava em um clube.

“Havia mandado o Pedro para o quarto brincar e eu me deitei um pouco. O celular estava perto de mim e, de repente, o Fábio ligou perguntando se estava tudo bem e se o Pedro estava em casa. Eu disse: ‘Claro’, porém resolvi conferir. Para meu espanto, o Pedro não estava mais em casa”, relatou Ana Paula.

> “Liguei para a portaria, e o porteiro me informou que o Pedro havia saído. Enquanto ainda falava com Fábio pelo telefone, iniciaram-se 40 minutos que se tornaram uma eternidade de desespero e preocupação. Ele acabou indo muito longe, mas as pessoas que o encontraram eram bondosas. Ele mencionou o endereço, e o trouxeram de volta para casa”, completou.

Atualmente, consciente do perigo que enfrentou, o adolescente assegura que tal situação não se repetirá. “Não percebi o perigo que corri ao andar a pé. Aprendi minha lição e não farei mais isso”, garantiu.

A mãe do estudante destaca a importância do projeto elaborado pelo professor. Ana ressalta que desde o momento em que descobriram que o filho tinha a síndrome, eles optaram por ser os “melhores pais que ele poderia ter”.

“O papel da escola é crucial, um trabalho em conjunto entre escola, família e terapia. O trabalho do Lucas é extraordinário e gostaríamos que houvesse muitos outros educadores como ele,” compartilhou a mãe.

Ainda neste ano, o educador pretende ensinar o aluno a utilizar o transporte público. Porém, Pedro já se mostra grato pelos conteúdos abordados até o momento.

> “Estou muito feliz por ter o Lucas ao meu lado. [Ele é] o maior e melhor professor do mundo”, afirmou.

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