A professora Aniely Paula da Silva, de 30 anos, foi vítima de feminicídio pelo próprio ex-marido um dia antes do feriado do Dia da Consciência Negra. O crime chocou a cidade de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O homem confessou o assassinato à Polícia Civil e acabou sendo liberado, deixando a comunidade perplexa diante da impunidade.
Antes da tragédia, Aniely realizou uma atividade escolar com os alunos sobre o Dia da Consciência Negra. O trabalho consistiu em colar rolos de papel na cabeça de uma silhueta negra, visando desenvolver habilidades motoras, percepção visual e socialização das crianças. A escola divulgou o vídeo da atividade nas redes sociais, com a música “Menina Bonita do Laço de Fita”, em homenagem à professora que foi brutalmente assassinada.
O ex-marido da vítima alegou que a discussão que levou ao homicídio ocorreu enquanto Aniely tentava retirar seus pertences da residência compartilhada. Segundo ele, a professora o ameaçou de morte e à sua família, desencadeando uma briga que resultou na asfixia mecânica da mulher. Apesar do crime, o criminoso confessou e foi liberado após prestar depoimento à polícia.
A Polícia Civil está investigando o caso e analisando se a versão apresentada pelo ex-marido condiz com os fatos. Familiares da vítima serão ouvidos nos próximos dias para contribuir com as investigações. A comoção tomou conta das redes sociais, com mensagens de apoio à família de Aniely e indignação diante da violência sofrida pela professora.
O velório de Aniely Paula está previsto para acontecer no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga, como forma de prestar as últimas homenagens à educadora. A comunidade escolar, amigos e familiares clamam por justiça e por um fim à violência contra as mulheres, reforçando a importância da conscientização e do combate ao feminicídio.
O caso reacende a discussão sobre a necessidade de proteção às vítimas de violência doméstica e a urgência na implementação de medidas preventivas para evitar tragédias como a da professora Aniely. A sociedade clama por justiça e por uma mudança efetiva na cultura que perpetua a violência contra as mulheres, especialmente as negras, que sofrem com a vulnerabilidade em um sistema marcado pelo preconceito e pela desigualdade.