Profissões ocupadas por mulheres são ‘inferiores e não requerem tanto preparo’

Em 26 de agosto se comemora o Dia Internacional da Igualdade Feminina. Mas, o que a data estabelece ainda é uma realidade distante, uma espécie de utopia. Tome-se como exemplo o trabalho de homens e mulheres com a mesma escolaridade, cor, idade, área de atuação e ocupação, cujo resultado é o mesmo, mas o pagamento para elas é menor.

Por quê? A resposta tem dois pilares: o estrutural e a falta de políticas públicas direcionadas ao público feminino. De acordo com o  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  a diferença salarial entre gêneros foi de 20,5% no quarto trimestre de 2021, ultrapassando o índice de 19,7%, já absurdo, registrado no final do ano anterior.

Além de impactar a própria mulher em diversos aspectos, a desigualdade afeta as famílias. A tendência nacional é de cada vez mais lares chefiados por mulheres, sendo esse, em Goiânia, o cenário de mais da metade deles (53,3%), também de acordo com pesquisa recente do IBGE. Por outro lado, o desemprego é maior entre elas.

Em muitos casos, o fato de ter filhos é um critério de desempate entre candidatos a uma vaga de emprego. Para a socióloga e advogada do Projeto Bertha, Gabrielle Andrade, a desigualdade de gênero e o machismo estrutural ocorrem no mercado de trabalho, mas não se restringem a ele. 

“As profissões geralmente ocupadas por mulheres são vistas como inferiores e que não requerem tanto preparo. A precarização de uma categoria também ocorre quando os postos são ocupados por mulheres. Faz parte de nossa cultura machista que associa as habilidades consideradas inerentes do sexo feminino como  inferiores “, afirma.

Comparativamente aos homens, o salário menor pago em um ano para mulheres representa 74 dias de trabalho “de graça”. Iniciativas legislativas tentam coibir a prática desleal de algumas corporações. Um projeto de lei aprovado pelos vereadores de Goiânia institui o selo “Empresa Amiga da Mulher” aos estabelecimentos que cumprirem metas de valorização delas no ambiente de trabalho, segundo os critérios de igualdade de oportunidades  de gênero, e eliminação da discriminação.

O papel da renda temporária obtida por meio da Previdência Social e de programas governamentais de renda se torna estratégico para ajudar mulheres sem ocupação de trabalho. Por serem mais vulneráveis e terem sido bastante impactadas pela crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19 elas se tornaram o foco do Renda + Mulher, da Prefeitura de Goiânia. Cerca de oito mil delas já foram contempladas com o benefício de R$ 300 mensais durante seis meses para ser gasto com despesas em estabelecimentos localizados da capital.

Virada de chave

As estratégias para tentar reverter o preconceito estão relacionadas à educação, porém as mudanças podem levar algum tempo por estarem dentro de um contexto cultural. Gabrielle defende que os papéis de gênero devem ser repensados diariamente para a transformação da atual predominância do machismo. “É importante que a gente transforme a nossa sociedade e fortaleça a saúde mental de mulheres”, destaca.

 

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Calendário de pagamento do Bolsa Família 2025 é divulgado; saiba quando recebe

Os cerca de 21 milhões de beneficiários do Bolsa Família já podem conferir a data de pagamento do programa social para o ano de 2025. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) divulgou o calendário dos benefícios, que ocorrerão nos últimos dez dias úteis de cada mês, de forma escalonada conforme o dígito final do Número de Inscrição Social (NIS).

Os pagamentos começarão em 20 de janeiro para as famílias com NIS de final 1 e terminarão em 23 de dezembro para as famílias com NIS de final 0. Em dezembro, o cronograma é antecipado em cerca de uma semana devido ao Natal. Esse escalonamento ajuda a organizar e facilitar o acesso aos benefícios para todos os beneficiários.

Confira o calendário:

Calendário Bolsa Família 2025

Atualização de Dados no CadÚnico

Para evitar a perda do benefício, o MDS recomenda que cada beneficiário atualize os dados dele e da família no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) a cada 24 meses. Após a aprovação do pacote de corte de gastos, o processo exigirá biometria. A pessoa responsável pela família deve ir a um posto de atendimento socioassistencial, como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), ou a um posto de atendimento do Cadastro Único, apresentando os documentos de cada pessoa da família e comprovando a renda domiciliar.

Para estar habilitada a receber o Bolsa Família, a família deve ter uma renda de no máximo R$ 218 mensais por integrante que vive na mesma casa. Além disso, é necessário que a família esteja inscrita no CadÚnico. O cadastramento é feito em postos de atendimento da assistência social dos municípios. Desde março de 2023, o Governo Federal garante um repasse mínimo de R$ 600 por família inscrita, com adicionais conforme a composição da família.

Adicionais e formas de recebimento

O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, garantindo a alimentação da criança. Além disso, o Bolsa Família oferece um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos, e um adicional de R$ 150 a famílias com crianças de até 6 anos. Os pagamentos podem ser feitos pelo aplicativo Caixa Tem ou podem ser sacados em caixas eletrônicos por quem tem o cartão do programa social.

Quem tiver dúvidas sobre o Bolsa Família pode ligar no Disque Social, no número 121, ou acionar o canal de atendimento da Caixa Econômica Federal, por meio do número 111. Os beneficiários também podem consultar os aplicativos do Bolsa Família e da Caixa, disponíveis para download gratuito nas lojas virtuais.

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