Os economistas fazem projeções anualmente do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023, a maioria deles está pessimista em relação ao aumento desse indicador no Brasil. A estimativa tímida implica em diversas consequências nas estatísticas que afetam investimentos no Brasil e refletem diretamente na vida da população. Quanto maior, mais dinheiro em circulação, mais consumo e melhor qualidade de vida.
O indicador sinaliza maior oferta de empresas em atividade e mais empregos, por isso o crescimento positivo está atrelado ao dia a dia dos brasileiros. Com o atual cenário nacional e internacional desfavoráveis, o PIB 2023 deve ser de apenas 1%, conforme apontam especialistas. Neste ano, o Banco Central estima 2,9% de crescimento.
O economista Luiz Carlos Ongaratto explica que a projeção do PIB pode ser melhor conforme as políticas adotadas pelo novo governo. Ele pondera, no entanto, que o reaquecimento da economia da China após o fim do novo lockdown imposto pela pandemia de covid é um elemento importante na análise. O profissional considera a projeção baixa, mas otimista, considerando que o período econômico mais triste já passou.
“O atual cenário econômico é crítico, considerando a dívida pública, juros elevados, a recessão global… Nenhum desses fatores é positivo para o crescimento econômico. O Brasil vai crescer menos porque o mundo tem uma perspectiva de recessão e baixo crescimento. Algumas pesquisas indicam que essa crise não será acentuada nem duradoura. Em 2023 podemos ter fim da guerra, retomada do consumo e produção por parte da China”, acredita Ongaratto.
A nova equipe econômica do governo federal liderada pelo futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad terá muitos empecilhos para conseguir reajustar as contas públicas e tornar o Brasil atrativo para investimentos estrangeiros. Os gastos feitos no fim da gestão de Bolsonaro para tentar se reeleger no cargo de presidente é uma das dificuldades no próximo ano, como uma série de PECs [Propostas de Emenda Constitucional] que culminaram nesse desarranjo das contas públicas e ensejou a criação de uma nova PEC sobre o teto de gastos.
“O principal ponto positivo desse novo governo é a segurança para as famílias do Bolsa Família. Os pontos a serem observados ou melhorados são como ficarão os gastos públicos e a tributação de combustíveis, estímulo a setores chave da economia, como construção, infraestrutura e transporte, que depende bastante do preço das commodities, que devem permanecer em um patamar elevado. Por outro lado, outras áreas podem atrair investimentos, como a de sustentabilidade, de governança e meio ambiente”, acredita.