Brasília inspira poesia: projeto faz saraus em escolas públicas e lança coletânea literária sobre o DF
A iniciativa busca construir uma referência do que está sendo produzido em literatura na capital. As atividades culturais começam nesta quinta e vão até outubro.
O lançamento da segunda edição da coletânea e a apresentação da banda bip ocorreram na última quarta.
O projeto “Brasília inspira poesia” – ou “bip”, na sigla usada pelos organizadores – começa nesta quinta-feira (25) uma série de apresentações culturais em escolas públicas do Distrito Federal.
Na programação, alunos e professores poderão ter contato com textos da nova coletânea poética reunida pelo projeto – criado também por professoras da capital.
O livro de poesias lançado neste mês reúne 45 poetas de 19 regiões do Distrito Federal e cidades do Entorno. Os textos retratam momentos históricos e vivências na capital – e serão interpretados pelos próprios autores em saraus organizados em quatro escolas da rede pública do DF.
A obra será distribuída para as escolas em que acontecem os saraus, para bibliotecas públicas e para universidades com o curso de Letras em todo o DF.
Além das leituras, os saraus promovidos pelo bip misturam poesia e apresentações artísticas, com música e versos que engrandecem e criticam a cidade. Juntos, esses materiais oferecem aos estudantes diferentes perspectivas e histórias sobre a capital federal.
O projeto, criado em 2018, é financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), em parceria com a Secretaria de Cultura do DF, e conta com uma programação de apresentações artísticas e saraus. Com ilustrações da artista plástica Carli Ayô, a coletânea parte do mapeamento dos “territórios não hegemônicos da literatura no DF e Entorno”.
Como idealizadora do bip, a professora de português Dani Gauche afirma que o projeto é uma forma de deixar a literatura mais acessível e real. A ideia é propor que os alunos e leitores do DF se sintam representados ao identificar, nas histórias, lugares e situações que eles já conhecem “para além da Brasília do Plano Piloto”.
Em 2013, Dani começou a trabalhar em um projeto de leitura e percebeu a necessidade de envolver autores de Brasília. A ideia amadureceu ao longo dos anos. Em 2018, surgiu a primeira edição do bip. Além de Dani, coordenam o projeto as professoras Cristiane Portela e Bruna Lucena e o poeta Carlos Augusto Cacá.
Estruturada em três eixos – “O Avião e as Quebradas”, “Quadrilátero” e “Territórios Ancestrais” -, a segunda coletânea convida o leitor a percorrer espaços fundamentais da história da capital que, embora marginalizados desde sua fundação, abrigam grande parte da população e dão forma ao espectro cultural da cidade.
O projeto seguirá atuante na capital, com novas propostas e um próximo livro. Os saraus têm classificação livre e entrada gratuita. A programação inclui apresentações em diversas escolas públicas do Distrito Federal.
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