Projeto da Anistia: Desafio inicial da nova ministra da articulação política

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Projeto da anistia será primeiro desafio de nova ministra da articulação política

Gleisi Hoffmann vai tentar retirar assinaturas de aliados e contar apoio de Hugo Motta.

O que é PL da Anistia e qual a “briga” no Congresso?

O projeto da anistia aos golpistas de 8 de janeiro será o primeiro desafio da nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffman. Ela vai tentar convencer nesta semana aliados do Palácio do Planalto a retirarem assinaturas do requerimento de urgência. Sua estratégia será usar o argumento de que o projeto beneficia até o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, incluindo os militares que planejaram matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo um interlocutor da ministra, ela não vai ameaçar nenhum governista que assinou o requerimento de urgência para votação do projeto da anistia diretamente no plenário, mas atuará na base do convencimento, de que o país não pode deixar impune quem tentou dar um golpe no país e quem depredou os prédios dos Três Poderes. Gleisi Hoffman vai destacar ainda que o governo é a favor de algum tipo de redução de penas, desde que seja algo decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Na semana passada, uma fala da ministra gerou insatisfação dentro do STF, mas logo em seguida ela fez questão de corrigir, dizendo que não defendia que o Congresso aprovasse um projeto reduzindo penas, mas que esse é um tema a ser decidido pelos ministros do Supremo. Além de tentar retirar assinaturas, o governo Lula conta ainda com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para evitar que o projeto da anistia seja votado no plenário.

Interlocutores de Hugo Motta dizem que ele não considera o projeto uma prioridade do Legislativo, mas sim temas de interesse da população brasileira, principalmente na economia e na segurança pública. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, diz ter obtido mais de 260 apoios, acima dos 257 necessários para protocolar o pedido de urgência. Ele está pressionando o presidente da Câmara a pautar o requerimento. Aliados de Hugo Motta dizem que o estilo do líder do PL, de pressionar publicamente o presidente da Câmara, vai ter o efeito contrário.

> “Ele está sempre aberto a negociações, mas não gosta de ser pressionado, principalmente publicamente”, diz um aliado do presidente da Câmara dos Deputados.

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