Projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro é adiado na CCJ

Projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro é adiado na CCJ

O projeto de lei (PL) que concede anistia aos condenados nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 não entrou na pauta de votação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta quarta-feira, 11, descumprindo a promessa da presidente da CCJ, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC).
 
Na terça-feira, 10, a análise do projeto foi cancelada devido ao início da sessão plenária da Câmara, já que o regimento interno proíbe deliberações em comissões durante esse período. A suspensão da CCJ gerou revolta entre os deputados favoráveis à anistia.
 
Com a pauta desta quarta-feira, 11, já fechada, a estratégia era incluir o PL da anistia como extrapauta. Entretanto, a medida exigia o voto da maioria absoluta da comissão, o que não aconteceu.
 
“Infelizmente, hoje, estamos presenciando a utilização da anistia como moeda de troca em barganhas políticas”, afirmou a presidente da CCJ, Caroline de Toni, acrescentando que a pauta deve retornar à Comissão em outubro.
 
O deputado Rodrigo Valadares (União/SE), relator da matéria, também expressou seu descontentamento: “Desde ontem, testemunhamos uma manobra do governo, da esquerda e de diversas outras frentes. Estamos enfrentando obstruções e retaliações de todos os tipos”. Deputados favoráveis ao PL da anistia, incluindo o relator, condicionaram seu apoio a qualquer candidato à Presidência da Câmara, em eleição prevista para 2025, ao compromisso com a aprovação do projeto.

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PF investiga general ligado ao governo Bolsonaro por imprimir plano para matar Moraes, Lula e Alckmin no Planalto

A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Bolsonaro, teria impresso no Palácio do Planalto um “plano operacional” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o plano de três páginas foi encontrado no gabinete da Secretaria-Geral. Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19).

De acordo com a PF, o documento, salvo sob o título “Plj.docx” (referência à palavra “planejamento”), detalhava a execução do plano. Além disso, outros arquivos sensíveis, como “Fox_2017”, “Ranger_2014” e “BMW_2019”, foram localizados na pasta “ZZZZ_Em Andamento”, que a polícia interpretou como um indício de que as ações estavam em fase ativa. Curiosamente, os nomes dos arquivos remetiam a veículos pessoais do general, segundo o relatório policial.

A defesa de Mário Fernandes ainda não se pronunciou sobre o caso.

Operação e alvos

A operação desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal, todos investigados por ligação com um suposto grupo denominado “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais. O grupo é acusado de planejar o assassinato de lideranças políticas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ao todo, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e determinou 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos. Entre os alvos estão Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que apura possíveis tentativas de golpe de Estado relacionadas à eleição de 2022.

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