VÍDEO: Projeto de escola pública do MA que transforma cascas de coco em combustível sólido é destaque em encontro internacional da COP30
O grupo, formado por alunos do 2º ano do Ensino Médio do IEMA de Tutóia, desenvolveu o projeto “Produção de Combustível Sólido de Alto Rendimento com Cascas de Coco e Serragem”.
DE: Projeto de escola pública do MA transforma cascas de coco em combustível sólido
Estudantes do interior do Maranhão apresentaram, nesta quarta-feira (12), um projeto que transforma cascas de coco em combustível sólido durante evento internacional paralelo à COP30, o Global Youth Climate Pact (GYCP), realizado no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), em Belém (PA). A iniciativa foi compartilhada com jovens, professores e pesquisadores de países como França, Colômbia e Chile (veja, no vídeo acima, a apresentação do projeto na íntegra).
A equipe é formada por alunos do 2º ano do Ensino Médio do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) de Tutóia, município do litoral maranhense conhecido pelo consumo intenso de água de coco. Essa rotina, somada ao descarte inadequado das cascas, motivou os estudantes a buscar uma solução sustentável e de baixo custo para a comunidade.
O grupo desenvolveu o projeto “Produção de Combustível Sólido de Alto Rendimento com Cascas de Coco e Serragem”, criado em 2023 dentro da disciplina eletiva Made in Tutóia, que estimula o uso de insumos locais para gerar novos produtos. A ideia nasceu após uma série de testes com resíduos comuns da região. Segundo o professor de química Lute Rafael de Souza, orientador da pesquisa, “o projeto surgiu de um problema em Tutóia, que é o descarte inadequado de resíduos de casca de coco”.
Com foco em ensino, pesquisa e extensão, o trabalho já recebeu reconhecimento nacional. Desde a criação, foi premiado em competições como o Solve For Tomorrow (3º lugar em 2023), a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (1º lugar em 2023 e 3º lugar em 2024) e agora segue para a segunda fase do Prêmio Educador Transformador, em 2025. Para desenvolver o combustível, os estudantes ralaram a casca do coco com utensílios de cozinha, adicionaram serragem obtida em serrarias da cidade e usaram cera de vela como agente aglutinante. o resultado foi um acendedor de churrasqueira produzido com baixo custo – cerca de R$ 1,10 por pacote com quatro unidades – e potencial para gerar renda.
Durante a apresentação no GYCP, os alunos dividiram experiências com participantes de vários países e destacaram a importância de levar uma iniciativa da rede pública e do interior maranhense para um ambiente internacional ligado à COP30. “É muito satisfatório, pois isso mostra o nosso trabalho e como conseguimos ajudar todo mundo através de soluções simples”, afirmou o estudante Jonas Porto. Para Davi Santana, integrante da equipe, participar do encontro ampliou horizontes. “Foi uma grande surpresa quando chegamos aqui, porque é um evento muito maior do que a gente esperava”. O professor Lute ressalta que a iniciativa também pode fortalecer a comunidade local: “o material tem um preço bastante acessível e é capaz de gerar fonte de renda”.
A participação no GYCP marcou o início da agenda dos estudantes em atividades relacionadas à COP30. A programação inclui oficinas, intercâmbio cultural e científico e espaços de troca com delegações internacionais interessadas em soluções de bioeconomia e inovação social produzidas por jovens.




