Projeto de Lei pretende obrigar agressor a pagar por abuso de animais

Animais sendo maltratados. (Foto: Reproduçāo)

Tramita na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás um projeto que pretende obrigar acusados de abuso de animais a custearem despesas de tratamentos veterinários. O projeto, de autoria do deputado Jefferson Rodrigues (Republicanos), determina que todos os gastos decorrentes da agressão fiquem sob responsabilidade do agressor.

Segundo o texto do PL 547/2021, o agressor fica obrigado a ressarcir a Administração Pública Estadual dos custos relativos aos serviços públicos de saúde veterinária prestados para o tratamento do animal em recuperação.

“Acredito ainda que apenas a responsabilização penal e material não sejam suficientes para mudar o comportamento dos agressores, por isso, é necessário que sejam oferecidas palestras para conscientizar e ressocializá-los”, comenta o deputado Jefferson Rodrigues.

A proposta vem na intenção de completar a lei federal 1.095/2019. Em junho de 2020, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei, que aumenta a punição para quem pratica abuso e maus-tratos a animais. A legislação trata de animais silvestres, domésticos, nativos ou exóticos.

De acordo com o deputado, a administração pública deve criar condições favoráveis para garantir o cumprimento da lei, em especial com a atuação direta da Secretaria do Meio Ambiente juntamente com a Procuradoria do Estado de Goiás.

“A Secretaria do Meio Ambiente deve possibilitar a conscientização do agressor juntamente com terceiro setor, e até mesmo realizar a cobrança dos valores e, sendo necessário, a PGE pode acionar o judiciário, para tomar as medidas cabíveis”, explica.

Diante disso, além de tornar obrigatória a responsabilização financeira, o projeto também tem a intenção de promover a ressocialização do agressor. Ou seja, a ideia também é oferecer oportunidade de conscientização, a fim de evitar a reincidência. A partir daí, então, o deputado acredita ser possível reduzir o número de casos de maus-tratos no Estado.

Abuso de animais na legislação

Em Goiás, um outro projeto em tramitação desde 16 de julho também propõe o custeamento de tratamentos por agressores. A proposta do deputado estadual Delegado Eduardo Prado (DC) assemelha-se a de Jefferson Rodrigues, buscando responsabilizar agressores por gastos decorrentes do crime.

Esta, no entanto, não inclui a possibilidade de ressocialização e conscientização dos agressores após a condenação.

Atualmente, a lei federal define que a punição por maus tratos e abuso de animais tem pena de reclusão de dois a cinco anos. Além disso, a acusação pode gerar multa e a proibição de guarda. O crime consta no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/98.

 

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp