Projeto de Lei proíbe testes de cosméticos em animais no estado de Goiás

O deputado estadual Vinícius Cirqueira (PROS) apresentou dois projetos de lei que visam coibir o uso de animais nas testagens de produtos da indústria cosmética na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) nesta terça-feira (27/4).

A primeira proposta abarca testes em produtos como cosméticos, de higiene pessoal, perfumes e seus componentes no estado de Goiás. A segunda, se refere a proibição da comercialização destes produtos em todo o território estadual.

“A finalidade desses projetos é abranger toda a cadeia de produção e venda de produtos que utilizam da crueldade animal na sua composição”, explica o deputado.

Na justificativa do projeto, Cirqueira destacou que a Lei Federal 9.605 de Fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais) estabelece que é crime a realização de procedimentos dolorosos ou cruéis em animais vivos, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

As propostas vêm na esteira da campanha da Humane Society International (HSI) juntamente com o diretor Spencer Susser que criou um curta-metragem #SaveRalph, animação que mostra a rotina de um coelho usado como cobaia para o desenvolvimento de produtos da cadeia cosmética reacendeu uma antiga discussão em torno da necessidade da utilização de animais para testes dessa modalidade.

O parlamentar ressalta ainda que métodos alternativos podem combinar os mais recentes testes baseados em células humanas com modelos computacionais sofisticados para entregar resultados relevantes para os humanos em horas ou dias. “O objetivo desta lei é valorizar a saúde humana e animal de forma ética, buscando alternativas eficazes para tratar de problemas reais, substituindo a utilização de animais nestes testes por métodos alternativos comprovadamente eficazes e éticos”, disse.

A proposta tem o objetivo de punir progressivamente as empresas, profissionais e pessoas físicas envolvidas no processo de utilização de animais para o desenvolvimento de produtos.

Caso aprovada, os infratores serão multados em diferentes patamares estabelecidos pelo Poder Público, conforme a quantidade de animais apreendidos, além de terem o alvará de funcionamento suspenso temporariamente. Nos casos de reincidência, a empresa terá a pena agravada, tendo o valor da multa majorado em duas vezes o seu valor e a suspensão definitiva do alvará de funcionamento.

Os projetos seguem agora para análise pelas comissões e posteriormente, votações em plenário, seguindo trâmite normal.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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