Projeto de lei propõe cassação do alvará de escola que não matricular criança com deficiência

Depois do caso do menino Bento, com transtorno do espectro autista e com 9 anos de idade, noticiado primeiro pelo DE, a Câmara dos Vereadores de Goiânia discutirá punição a escolas que se negarem a matricular um aluno com deficiência. O Projeto de Lei nº 18/2022, apresentado pelo vereador Willian Veloso (PL), pede a cassação de Alvará de Licença e Funcionamento de estabelecimento de ensino que negar a realização de matrícula a crianças ou adolescente em razão da sua deficiência. O objetivo do projeto é garantir o direito à educação e promover o combate a diferentes formas de preconceito e discriminação.

Na Câmara, a vereadora Luciula do Recanto (PSD) demonstrou apoio à proposta e citou o próprio filho que, segundo ela, é hiperativo e tem déficit de atenção. Hoje com 12 anos, o menino passou por dificuldade para se matricular. “Eu passei em oito escolas e em todas a matrícula foi negada porque não queriam trabalhar com crianças que necessitavam de um professor mais por perto. Foi muito triste ver o filho da gente rejeitado porque ele tem alguma condição especial”, relatou a vereadora.

No caso noticiado pelo DE, a mãe relatou que Bento, de nove anos, foi matriculado em uma escola particular de Goiânia. Após o primeiro dia de aula, a diretora entrou em contato dizendo que precisariam se reunir pessoalmente para conversar sobre a “condição” da criança. “Liguei cerca de 12 vezes entre chamadas normais, WhatsApp e telefone fixo da escola para confirmar a nossa reunião, mas não obtive mais nenhum tipo de retorno por parte da instituição. Eles não só me ignoraram, como devolveram o valor pago no ato da matrícula e dos uniformes. Ou seja, Bento teve sua matrícula negada”, contou Juliana Alves de Medeiros à reportagem.

Se o projeto de lei for aprovado, além de poder ter o alvará cassado em situações como essa, a escola denunciada poderá ser interditada caso não tenha adequações de acessibilidade. Além disso, os proprietários do estabelecimento ficariam proibidos de obter novo alvará no mesmo ramo pelos próximos dois anos. Os casos poderão ainda ser encaminhados à Delegacia Especializada da Pessoa com Deficiência e ao Ministério Público Estadual, conforme prevê o projeto. O texto passará por primeira e segunda votação em plenário.

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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