Projeto de lei visa proibir fraudes em promoções

Proposta estipula redução mínima no preço em ofertas como Black Friday

O vereador Delegado Eduardo Prado (PV) apresentou hoje (16) um Projeto de Lei na Câmara Municipal de Goiânia que estabelece garantias aos consumidores interessados em grandes promoções, a exemplo “Black Friday” e das ofertas para o fim de ano.

A proposta requer um histórico do valor dos produtos submetidos às ofertas e considera que ocorre “promoção” apenas quando há redução mínima de 20% em relação ao valor cobrado anteriormente. “Percebemos que em muitos casos, essas ofertas costumam ser maquiadas”, apontou o vereador.

Fraude

“Identificamos que em muitos casos os preços eram aumentados na véspera das datas de promoções”, afirma Eduardo Prado. Desse modo, os descontos eram aplicados sobre valores acima da média, de modo a indicar “uma falsa promoção”, considera o parlamentar.

O vereador afirmou que o Procon-GO costuma fazer uma análise prévia sobre os preços, e que muitas vezes são percebidas irregularidades, também apontadas por denúncias. “O projeto de lei visa obrigar todo fornecedor de loja física ou online em Goiânia, a apresentar ao consumidor no ato da compra um histórico dos valores aplicados ao produto ou serviço nos últimos 12 meses”, afirmou Eduardo Prado.

O projeto também estipula a punição para o descumprimento da lei, após sanção do Executivo Municipal, varia financeiramente entre 10 e 100 vezes o valor do produto ou serviço adquirido pelo consumidor. “Esse valor de multa deve ser fixado pelo próprio Procon”, informou o parlamentar. Em caso de reincidência, a medida prevê a cassação do Alvará de Funcionamento da empresa comerciante.

Tramitação

O projeto foi apresentado nessa quinta, e deve ser encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal (CCJ). Caso aprovado, a proposta retorna ao plenário da casa, para chegar à Comissão de Direitos do Consumidor (CDC), da qual Eduardo Prado é presidente.

O vereador ainda ressaltou que “após passar por essa Comissão, o Projeto de Lei é reencaminhado ao Plenário, onde deve ser submetido a mais duas votações, seguidas pela aprovação ou rejeição do prefeito via decreto”.

Comissão de Direitos do Consumidor (CDC)

O parlamentar destaca a atuação da frente plenária em trabalhos de interesse daqueles que adquirem ou consomem produtos e serviços. Eduardo Prado esteve durante 04 anos à frente da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor do Estado de Goiás (Decon), e ressaltou que a CDC tem trabalhado junto aos cidadãos com atividades que vão desde orientações jurídicas até o acompanhamento de demandas do público.

“Fizemos um acompanhamento junto á Procuradoria Geral do Estado em ação pelo aumento repentino dos preços de combustíveis”, afirma o político. Na última terça-feira (14), a CDC realizou uma audiência pública na Câmara sobre a alta dos produtos. “Queremos obrigar os postos a informar a razão pela qual aumentaram os valores cobrados sobre combustíveis”, ressaltou o vereador.

Gustavo Motta

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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