“Apenas um reeducando foi detido com uma pequena porção de droga e, por causa disso, foi desligado. Este índice é bem menor que o estipulado pela Comissão Nacional de Justiça, cujo cálculo foi de 35%”
O projeto Recuperando Pessoas e Parques, firmado pelo Ministério Público (MP), Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGPA), entrou no centésimo dia nesta quarta-feira (22), com o anúncio de expansão da iniciativa para outras áreas de infraestrutura da capital. Ao todo, 50 reeducandos do Sistema Semiaberto participam, estão desde abril, cuidando da revitalização de parques, serviço que será estendido aos cemitérios da grande Goiânia após o ingresso de mais 50 presidiários no grupo. A intenção é de que 300 detentos passem a realizar esses trabalhos na região metropolitana até o final do ano.
Segundo o promotor de Justiça, e idealizador do projeto, Marcelo Celestino, o balanço é positivo em razão do baixo índice de reincidência criminal dos 50 participantes da primeira fase do projeto. “Apenas um reeducando foi detido com uma pequena porção de droga e, por causa disso, foi desligado. Este índice é bem menor que o estipulado pela Comissão Nacional de Justiça, cujo cálculo foi de 35%”, diz. A ideia também conta com o apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).
Os 50 novatos foram selecionados de acordo com o padrão do projeto e precisam fazer parte do regime semiaberto, ser selecionado pela equipe multidisciplinar e demonstrar interesse em trabalhar. Cada um deles recebe R$ 954, um salário mínimo, e a cada três dias de serviço são beneficiados com um dia de remissão da pena que cumprem. “Esses detentos serão encaminhados para a recuperação de cemitérios e para a visitação de entes no Dia de Finados, mas continuarão realizando trabalhos de manutenção em diversos parques da cidade”, ressalta.
O promotor ainda destaca que os reeducandos atuaram em 10 parques de Goiânia, Bosque dos Buritis, Flamboyant, Macambira (com plantio), Areião, Lago das Rosas, Vaca Brava, Jaó, Leolídio de Ramos Caiado, Nova Esperança e Carmo Bernardes. Ainda, realizaram limpeza da lagoa do Guanabara. O sucesso da proposta fez com que a ideia fosse levada também para Aparecida de Goiânia e para Anápolis, onde estão em fase de aprovação, mas ainda não há data definida para implantação do projeto nesses municípios. “A ideia está sendo discutidas por promotores dessas cidades e só então a implantação e locais de atuação serão avaliados”, explica Celestino. A expectativa é de que 200 presidiários façam parte do projeto em cada um dos municípios.