Projeto que limita ICMS, em pauta no Congresso, não reduz preço do diesel em Goiás

Na noite desta segunda-feira, 13, o Senado aprovou o Projeto de Lei Complementar nº 18 que limita a uma faixa de 17% a 18% a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, energia elétrica, transporte coletivo e comunicações. No entanto, se for aprovada sem mudanças, a proposta não diminuirá o preço do óleo diesel na bomba dos postos goianos, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto-GO).

“Hoje, o ICMS sobre o diesel é de 16% em Goiás, por isso não vai ser afetado. O da gasolina é de 30% aqui no estado, então teria impacto, caso se mantenha a pauta congelada como está hoje, em R$ 6,55. A gasolina baixaria 0,7129, por litro”, afirma o presidente do Sindiposto-GO, Márcio Martins.

Pauta congelada é o preço médio que o governo estadual considera na hora de cobrar a alíquota, que é a taxa do imposto. O ICMS é cobrado do proprietário do posto no momento em que ele compra o combustível para revender. Assim, o governo estadual calcula uma média, a cada 15 dias, dos preços que estão sendo colocados ao consumidor na bomba para, a partir deste valor, definir de quanto será o imposto.

Esta média é chamada de pauta e, em Goiás, está congelada desde novembro, no valor de R$ 6,55. “Agora, com estas mudanças [do projeto que tramita no Congresso], pode ser que se descongele o preço. Se isso acontecer, a diminuição no valor da gasolina vai ser menor”, explica Martins.

De autoria do deputado federal Danilo Forte (União-CE), a proposta prevê que combustíveis, energia elétrica, transporte coletivo e comunicações sejam enquadrados como “essenciais” na legislação tributária e, por isso, tenham um limite na cobrança de imposto.

Outra possibilidade que pode fazer com que o limite do ICMS não surta tanto efeito no preço final para os motoristas é a de reajuste da Petrobras. “Acredito que a redução do ICMS tenha efeito para o consumidor. O único porém é que a empresa está com preço defasado em relação ao mercado internacional e, se ela reajustar o preço, pode ser que a redução não aconteça”. Por outro lado, o presidente do Sindiposto defende que, ainda que o reajuste da Petrobras aconteça o projeto do ICMS ainda é positivo porque pode balancear o preço final.

Projeto do ICMS ainda volta para Câmara

No Senado, o texto foi aprovado por 65 votos favoráveis e 12 contrários. Também foi aprovado um destaque que prevê compensação, por parte da União, caso os estados e municípios percam dinheiro em caixa por conta da lei, já que ela diminui a arrecadação de um imposto.

Segundo este destaque, a União deverá manter os níveis atuais de recursos nas áreas de saúde, educação e no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb). Após aprovação no Senado, a pauta volta para a Câmara, já que teve mudanças no texto.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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