Projeto quer reduzir tempo de abertura de empresas na capital para quatro dias

Projeto quer reduzir tempo de abertura de empresas na capital para quatro dias

Grupo técnico da Prefeitura de Goiânia, Governo de Goiás e Sebrae trabalha para simplificar procedimentos que permitirão a redução de 21 para quatro dias no tempo de abertura de empresas. O objetivo é desburocratizar o sistema, além de assegurar mais transparência. O estudo já foi concluído e a próxima fase é integrar o sistema de informática da prefeitura para implantar as melhorias.

O Projeto Desburocratiza Goiânia garante mais vantagens para quem planeja abrir uma empresa no município, e torna também mais rápido o trâmite do processo burocrático. O estudo foi inspirado na metodologia do Programa Doing Business, aplicado em Goiânia para mapear os entraves para a abertura de empresas.

O grupo de trabalho realizou encontros para identificar a possibilidade de reduzir de 16 para seis os procedimentos exigidos atualmente para formalizar um negócio. Com isso, o tempo gasto para legalizar a atividade passará para quatro dias. “O Sebrae Goiás está finalizando a cartilha para o empreendedor, que contará com o passo a passo para abrir, alterar e dar baixa em empresas na cidade”, explica o analista técnico do Sebrae, Allan Máximo.

Os envolvidos no processo são: Junta Comercial do Estado, Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh), Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Corpo de Bombeiros e Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec). O projeto compreende todo o ciclo de vida de uma empresa, desde a abertura, regularização, alteração, até baixa e encerramento. Cada órgão validou os fluxos de processo para a criação de uma plataforma de integração do sistema operacional dos dados e das informações exigidas. O sistema está em fase final de desenvolvimento pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec).

Antes da conclusão do estudo, Goiânia foi classificada como o melhor ambiente para negócios no Centro-Oeste, segundo o Ministério da Economia. A pesquisa é do Índice de Concorrência dos Municípios (ICM), instrumento que avalia de forma ampla o ambiente concorrencial no Brasil. Ao abrir uma empresa de baixo risco, o contribuinte precisa gastar muito tempo para se deslocar por órgãos para realizar todo o processo.

“Com o Desburocratiza Goiânia, o contribuinte terá pelo sistema a facilidade de ter todas as informações em um único lugar. Não será mais preciso comparecer em todos os órgãos envolvidos no processo”, destaca o secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa, Diogo Franco. A abertura e a regularização de empresas estão ligadas diretamente à geração de empregos. No ano passado, o Sine Goiânia encaminhou 32 mil profissionais para o mercado de trabalho.

Procedimento 1

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável (Seplanh) e Junta Comercial (via Redesim): Verificar a disponibilidade do nome da empresa e a viabilidade de endereço. Tempo: menos de 1 dia (online).

Procedimento 2

Registrar-se na Junta Comercial, de modo a completar a inscrição junto às autoridades de impostos federais e estaduais, para obter o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e o Número de Identificação do Registro de Empresas (Nire). Registrar-se na Secretaria Municipal de Finanças, por meio da abertura do Cadastro de Atividade Econômica (Cae). Tempo: menos de 1 dia (online).

Procedimento 3

Solicitar o registro à Receita Federal Agência: Receita Federal. Tempo: menos de 1 dia (online).

Procedimento 4

Pagar as taxas e liberar os alvarás. Tempo: menos de 1 dia (online).

Procedimento 5

Obter um certificado digital (e-CNPJ) para emitir notas fiscais eletrônicas. Tempo: menos de 1 dia (online).

Procedimento 6

Agências: Banco comercial, Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação, Prefeitura, Juceg-Redesim, Receita Federal, Secretaria Municipal de Finanças, Certificadora Digital, Secretaria Municipal do Desenvolvimento e Economia Criativa, Caixa Econômica Federal, Sindicato Patronal e Sindicato de Empregados. Tempo: 4 dias

Considerou-se período médio de quatro dias, pois mesmo que os procedimentos sejam feitos online, existe um tempo de preenchimento das informações pertinentes, indexação de documentação, além de processamento de informações pelos próprios sistemas de informática.

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Preconceito e discriminação atingem 70% dos negros, aponta pesquisa

Sete em cada dez pessoas negras já passaram por algum constrangimento por causa de preconceito ou discriminação racial. O dado é de pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Locomotiva e pela plataforma QuestionPro, entre os dias 4 e 13 de novembro.

Os sentimentos de discriminação e preconceito foram vividos em diversas situações cotidianas e são admitidos inclusive por brancos. Conforme a pesquisa, a expectativa de experimentar episódios embaraçosos pode tolher a liberdade de circulação e o bem-estar de parcela majoritária dos brasileiros.

Os negros, que totalizam pretos e pardos, representam 55,5% da população brasileira – 112,7 milhões de pessoas em um universo 212,6 milhões. De acordo com o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20,6 milhões (10,2%) se autodeclaram “pretos” e 92,1 milhões (45,3%), “pardos”.

O levantamento do Instituto Locomotiva revela que 39% das pessoas negras declararam que não correm para pegar transporte coletivo com medo de serem interpeladas. Também por causa de algum temor, 36% dos negros já deixaram de pedir informações à polícia nas ruas.

O constrangimento pode ser também frequente no comércio: 46% das pessoas negras deixaram de entrar em lojas de marca para evitar embaraços. O mesmo aconteceu com 36% que não pediram ajuda a vendedores ou atendentes, com 32% que preferiram não ir a agências bancárias e com 31% que deixaram de ir a supermercados.

Saúde mental

Tais situações podem causar desgaste emocional e psicológico: 73% dos negros entrevistados na pesquisa afirmaram que cenas vivenciadas de preconceitos e discriminação afetam a saúde mental.

Do total de pessoas entrevistadas, 68% afirmaram conhecer alguém que já sofreu constrangimento por ser negro. Entre os brancos, 36% admitem a possibilidade de terem sido preconceituosas contra negros, ainda que sem intenção.

Para o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, os dados apurados indicam “a necessidade urgente de políticas públicas e iniciativas sociais que ofereçam suporte emocional e psicológico adequado, além de medidas concretas para combater o racismo em suas diversas formas”.

Em nota, Meirelles diz que os números mostram de forma explícita que a desigualdade racial é uma realidade percebida por praticamente todos os brasileiros. “Essa constatação reforça a urgência de políticas públicas e ações efetivas para romper as barreiras estruturais que perpetuam essas desigualdades e limitam as oportunidades para milhões de pessoas negras no Brasil.”

A pesquisa feita na primeira quinzena deste mês tem representatividade nacional e colheu opiniões de 1.185 pessoas com 18 anos ou mais, que responderam diretamente a um questionário digital. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.

Racismo é crime

De acordo com a Lei nº 7.716/1989, racismo é crime no Brasil. A lei batizada com o nome do seu autor, Lei Caó, em referência ao deputado Carlos Alberto Caó de Oliveira (PDT-BA), que morreu em 2018. A lei regulamenta trecho da Constituição Federal que tornou o racismo inafiançável e imprescritível.

A Lei nº 14.532, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, aumenta a pena para a injúria relacionada a raça, cor, etnia ou procedência nacional. Com a norma, quem proferir ofensas que desrespeitem alguém, seu decoro, sua honra, seus bens ou sua vida poderá ser punido com reclusão de 2 a 5 anos. A pena poderá ser dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas. Antes, a pena era de 1 a 3 anos.

As vítimas de racismo devem registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil. É importante tomar nota da situação, citar testemunhas que também possam identificar o agressor. Em caso de agressão física, a vítima precisa fazer exame de corpo de delito logo após a denúncia e não deve limpar os machucados, nem trocar de roupa – essas evidências podem servir como provas da agressão.

Nesta quarta-feira, 20, o Dia de Zumbi e da Consciência Negra será, pela primeira vez, feriado cívico nacional.

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