Projeto Vida Pós Resgate: Oportunidade de recomeço para vítimas de trabalho escravo na Bahia

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Projeto oferece oportunidade de recomeço a trabalhadores resgatados de situação análoga à escravidão na Bahia

Objetivo do MPT é proporcionar a formação de associações para a produção de alimentos saudáveis, a fim de garantir renda para as vítimas.

‘Vida após resgate’: Profissão Repórter mostra histórias de trabalhadores após resgate de trabalho escravo

‘O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT) promove o projeto Vida Pós Resgate, iniciativa que busca oferecer novas perspectivas a trabalhadores que foram retirados de condições análogas à escravidão.

A meta é que a associação ganhe autonomia financeira em alguns meses. Em todas as suas unidades, o projeto atua com ações sustentáveis tanto do ponto de vista ambiental quanto social.

Segundo o MPT, as associações mais desenvolvidas estão localizadas nas cidades de Una, no sul do estado, e em Monte Santo, no norte baiano. Há ainda outras associações em Conceição do Coité, São Domingos e Aracatu.

Quinze trabalhadores rurais, resgatados em uma operação de combate ao trabalho escravo no início de junho, no município baiano de Várzea Nova, decidiram criar uma associação para produzir galinhas poedeiras para a venda de ovos.

A proposta foi apresentada aos trabalhadores logo após a ação de fiscalização realizada pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo em fazendas de extração de sisal e carnaúba, nos municípios de Gentio do Ouro e Várzea Nova.

Conforme o MPT, a ideia da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) é oferecer toda a infraestrutura necessária para a criação de galinhas poedeiras, capacitar os trabalhadores e implantar uma granja em terreno já escolhido no município de Várzea Nova.

Técnicos agrícolas vão treinar o grupo para que o manejo das aves siga todas as melhores práticas de biossegurança e garantam uma atividade sustentável.

A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações no local.

Uma empregada doméstica de 64 anos foi resgatada em situação semelhante à escravidão em uma residência em DE, no sul da Bahia. De acordo com informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgadas na segunda-feira (25), a idosa trabalhou mais de 50 anos para a mesma família, sem receber salário.

Além de não ser paga para trabalhar, a vítima era roubada pelos patrões. Pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ela tinha os valores retirados mensalmente pelos suspeitos, sem receber nenhum repasse. Eles alegam que a mulher não sabia lidar com dinheiro.

Durante as cinco décadas em que trabalhou para a família, a idosa foi “transferida” de uma geração para a outra. No núcleo familiar de onde foi resgatada, ela era proibida de sair de casa, sofria maus tratos e precisava ficar à disposição para trabalhar durante todo o dia.

A vítima foi encontrada sem nenhum dente e sem acesso a atendimentos de saúde. Ela foi resgatada e recebeu acolhimento das equipes do MTE.

A pasta não informou quais medidas serão aplicadas contra os suspeitos de manter a idosa em situação semelhante à de escravidão.

A proposta foi apresentada aos trabalhadores logo após a ação de fiscalização realizada pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo em fazendas de extração de sisal e carnaúba, nos municípios de Gentio do Ouro e Várzea Nova.

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