Com idealização de Juliana Mendonça, o projeto Vida Simples começou sem maiores pretensões além da venda dos produtos artesanais. Porém, com o passar do tempo e com as vivências de Juliana na Chapada dos Veadeiros, principalmente em contato com a cultura do Sagrado Feminino, o projeto se tornou uma forma de passar uma mensagem para homens e mulheres sobre autoconfiança, autoconhecimento e autoestima.
Para explicar sobre o projeto, Juliana lembra de quando ainda era criança. “Eu lembro da minha raiz. Desde os 5 anos de idade, no colégio, eu já fazia acessórios pra vender ali mesmo”. Depois disso, na adolescência ela percebeu que poderia ganhar dinheiro com isso. “Passei alguns anos na Chapada do Veadeiros, que é um lugar que abraça muito o artesanato. Descobri que meu trabalho não era só pra sustentar as minhas viagens, ai descobri o contato com a humanização. Ter um tempo com aquela pessoa, ouvir relatos de mulheres num atendimento. O público feminino é muito forte e me ajudou a reconhecer o meu próprio feminino. Principalmente, de autoconfiança entre as mulheres, de sinceridade”, explica.
Além disso, são realizadas oficinas com mães e filhas para a produção de tiara de flores. “É um símbolo muito forte que vemos em quadros muito antigos. Um despertar da consciência”. Isso está relacionado ao movimento do Sagrado Feminino, ela explica que é um “movimento que herdamos das nossas tribos indígenas onde as mulheres se reuniam quando menstruadas (numa tribo todas as mulheres menstruam juntas na mesma época) e elas reúnem num círculo chamado “tenda da lua” e lá as trocam informações, abrem oráculos, cantam hinários de cura, e consagram a bebida sagrada hayauaska”. Servindo para a conexão das mulheres e crescimento espiritual e individual de casa uma. O movimento é uma das premissas e inspiração para o projeto.