O Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (Heapa) tem investido em ações humanizadas inovadoras no atendimento ao paciente para potencializar a melhora clínica. Uma delas é o Prontuário Afetivo, iniciado em abril de 2023, pela equipe multiprofissional da unidade do Governo de Goiás, com o objetivo de aproximar os profissionais da saúde dos pacientes e suas famílias.
Com informações pessoais obtidas com os parentes, a equipe multidisciplinar elabora o prontuário afetivo do paciente, registrando gostos, apelidos, religião, hobby, cidade de origem, profissão, nome e espécie do animal de estimação, qual assunto gosta de conversar, entre outras preferências. “Dessa forma, cria-se um ambiente de cuidado personalizado que incorpora a dimensão emocional e espiritual do paciente, reconhecendo-o como um ser único, dotado de necessidades singulares”, explica a diretora geral do Heapa, Flávia Rosemberg.
Em meio à rotina agitada e ao volume expressivo de atendimento de uma unidade de urgência e emergência, esse tipo de prontuário ganha contornos significativos na construção de vínculos sólidos dos profissionais de saúde com os pacientes. “Ao entender o que deixa o paciente feliz e olhar para sua individualidade, conhecendo sua história de vida, conseguimos impactar diretamente no plano terapêutico traçado para a sua recuperação”, explica a coordenadora da equipe multiprofissional do Heapa, Andressa Guimarães.
Inicialmente implantada com sucesso em pacientes internados por mais de dez dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto do Heapa, a ideia tem sido levada aos outros setores do hospital. A equipe de psicologia explica que, além de ajudar a reduzir o tempo de internação, a iniciativa impacta positivamente na experiência do paciente durante sua permanência na unidade e contribui para amenizar a ansiedade dos familiares, que também são acolhidos por toda a equipe assistencial.
Solução de conflitos
O prontuário afetivo também foi ferramenta de resolução de conflitos entre pacientes de uma enfermaria do Heapa. “Tivemos um paciente internado que não se relacionava com ninguém. Assim que preenchemos o prontuário afetivo dele, os outros enfermos entenderam as fragilidades e começaram a tratar o paciente difícil de outro jeito, acolhendo-o como ele precisava, mudando o comportamento da enfermaria da água para o vinho”, conta o psicólogo Amador Carlos dos Santos Neto.