Propina: Servidores do Mapa são alvos de operação da PF em Goiás

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (19), a Operação ”A Posteriori” que investiga a falta de fiscalização presencial em produtos de origem animal comercializado, como carne e frango. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão contra dois servidores do Ministério da Agricultura (Mapa) suspeitos de receber R$ 10 mil por mês para não fiscalizar os produtos em um frigorífico de Palmeiras de Goiás.

A investigação começou em julho de 2018, através de denúncias encaminhadas ao Mapa que noticiavam uma suposta prática criminosa envolvendo servidores agropecuários. Foi apurado que os auditores fiscais emitiam certificados sanitários ”a posteriori”, com data retroativa sugerindo a falta de fiscalização ”in loco” dos produtos comercializados.

Durante as investigações, a Polícia Federal encontrou depósitos mensais suspeitos, que variam de R$ 5 mil a R$ 10 mil, entre os anos de 2018 a 2019. Tais valores era quase 50% do salário de Auditor Agropecuário do MAPA durante este período.

Os investigados poderão responder por associação criminosa, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro, podendo pegar 10 anos de prisão.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp