Com contratos milionários, dono da R7 Facilities tinha apenas R$ 523 em conta. Recentemente, a R7 Facilities demitiu pelo menos oito funcionários que estavam lotados em ministérios, após um grupo denunciar atrasos salariais. A R7 Facilities Serviços e Manutenção, empresa de engenharia que demitiu funcionários devido a protestos contra atrasos salariais, apresenta peculiaridades em sua diretoria.
O proprietário, por exemplo, já teve seus bens penhorados para pagar uma dívida de R$ 8,6 mil com os cofres públicos, mesmo com contratos que excedem R$ 40 milhões com os Executivos local e nacional. Entretanto, a Justiça constatou que havia apenas R$ 523,64 nas contas bancárias do atual sócio-administrador da empresa, o técnico em contabilidade Gildenilson Braz Torres.
Gildenilson reside na periferia do DF e chegou a receber auxílio emergencial durante a pandemia. Foi notificado da decisão judicial apenas em fevereiro de 2023, um ano após a sentença da 1ª Vara de Execução Fiscal do DF, devido ao fato de os Correios não terem conseguido localizá-lo nos endereços cadastrados.
A R7 Facilities dispensou, há cerca de duas semanas, pelo menos oito funcionários lotados nos ministérios das Mulheres, dos Direitos Humanos (MDH) e da Igualdade Racial (MIR). Antes do corte, o grupo protestou em frente à sede do MDH e se reuniu com deputados e sindicalistas do Distrito Federal para reclamar dos atrasos salariais. Uma funcionária alegou “punição política” e afirmou que os funcionários que manifestavam seus direitos foram os escolhidos para demissão.
A empresa foi vendida em junho de 2020 por seu fundador, Ricardo de Souza Lima Caiafa, hoje suplente de deputado distrital pelo Partido Liberal (PL-DF). Antes da venda, a R7 já possuía contratos com a União, alguns deles iniciados em 2016 e ainda em vigor atualmente. Em fevereiro de 2024, a empresa teve destaque nacional após a fuga de dois membros do Comando Vermelho da Penitenciária Federal de Mossoró, durante uma obra realizada no telhado da prisão.
Atualmente, a R7 é alvo de investigação pela Controladoria-Geral da União (CGU) por supostamente utilizar “laranjas” na gestão da empresa. Em resposta, a R7 Facilities negou desligamentos em massa e reforçou seu compromisso com colaboradores, clientes e fornecedores. O Metrópoles tentou contato com a empresa e seus representantes, no entanto, até o momento da última atualização, não obteve resposta.
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