Protesto político dentro de igreja interrompe missa em Curitiba

Uma invasão de militantes do PT e PCB interrompeu uma missa na igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba. O grupo liderado pelo vereador petista Renato Freitas protestava contra os assassinatos do congolês Moïse Mugenyi e o carioca Durval Teófilo Filho acusando os fiéis de racistas e fascistas. Nos casos citados, os homens teriam sido mortos por serem negros.

De acordo com o parlamentar, os católicos seriam coniventes com a situação por terem eleito um “policial que está no poder” e perpetua o racismo estrutural, em uma referência ao presidente Jair Bolsonaro. A confusão ocorreu na tarde do último sábado (05).

Assista ao vídeo clicando aqui.

Por meio de nota, a Arquidiocese de Curitiba repudiou o ato, caracterizado como “profanação injuriosa”. “Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores”, afirmaram.

Pelo Instagram, o vereador negou que o grupo tenha interrompido a cerimônia religiosa porque a missa já havia terminado. “Entramos como parte simbólica da manifestação e de forma pacífica enfatizamos que nenhum preceito religioso supera o amor e a valorização da vida, todas as vidas, inclusive as negras”, postou Renato.

De acordo com o Código Penal, impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso é crime contra o sentimento religioso passível de detenção, de um mês a um ano, ou multa.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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