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Próxima pandemia pode ser motivada por desmatamento na Amazônia

Última atualização 19/05/2023 | 17:39

Uma série de fatores apontados por cientistas indicam que a Amazônia brasileira pode ser o berço para o surgimento do vírus causador da próxima pandemia. A possibilidade fez o Ministério da Saúde considerar a melhoria da vigilância das doenças transmitidas de animais para humanos chamadas zoonóticas com a criação de um grupo formado por especialistas.

 

“O potencial para novos vírus é enorme. As pessoas estão apostando que a próxima pandemia virá do Brasil”, afirmou a integrante de uma rede nacional de documentação de patógenos transmitidos por morcegos e outros animais (Previr), Erika Hingst-Zaher.

 

De acordo com um mapa com análise de dados da agência de notícias britânica Reuters, a Amazônia tem 75% das condições ambientais presentes no Brasil verificadas em 95 locais no mundo com registro de infecção de vírus de morcegos em humanos entre 2022 e 2020. O desmatamento no País é considerado um dos potencializadores para o desdobramento de uma pandemia.

 

Os cientistas apontam que o desconhecimento da biodiversidade na região amazônica, principalmente relacionado aos morcegos, somado ao baixo financiamento de pesquisas deve causar um estopim com repercussão de efeitos mundial. O Brasil abriga o terceiro maior número desses mamíferos no planeta.

 

A proximidade do ser humano com os morcegos é ameaçadora porque o animal é hospedeiro de vírus mortais, como os conhecidos coronavírus e hantavírus.  O receio é de que outros micro-organismos ainda desconhecidos da ciência possam ser transmitidos. A grande extensão territorial brasileira também seria um aspecto favorável para a disseminação e exportação de um patógeno. 

 

Conforme estimativa da Reuters,  um vírus originado no Brasil poderia infectar mais pessoas que o novo coronavírus matou durante a pandemia de covid. A projeção é que 1,2 bilhão de seres humanos seriam infectados em decorrência do provável novo micro-organismo (a emergência mundial decretada há três anos registrou 10,5 milhões de casos). Ele se espalharia principalmente pela Rodovia Transamazônica por onde são transportados madeira e minérios, por exemplo.