PSG conquista Champions após investimento bilionário do Catar: o novo gigante europeu

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Título do PSG na Champions culmina projeto bilionário do Catar

Paris Saint-Germain investiu desde 2011 mais de 2,2 bilhões de euros só para contratar jogadores; fundo de investimento catari seguirá ditando os rumos do clube francês e quer Copa do Mundo

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O que era objetivo virou sonho, o que era sonho se tornou obsessão, o que era obsessão mudou para frustração, e a frustração se converteu em realidade. Depois de 14 anos de investimentos bilionários do Catar, com contratações de estrelas e mais de 30 troféus nacionais, o Paris Saint-Germain enfim conquistou o seu primeiro título da Champions League.

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Presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaïfi exibe taça da Champions League — Foto: AFP

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É difícil mensurar o quanto o governo do Catar gastou no PSG para conseguir isso. O seu braço para investimentos privados no esporte, o Qatar Sports Investments (QSI), comprou 70% das ações do clube francês em junho de 2011, por 69 milhões de euros. O Paris Saint-Germain hoje é avaliado em 4,2 bilhões de euros — R$ 27,1 bilhões.

Daquele momento até hoje, o Paris Saint-Germain destinou mais de 2,2 bilhões de euros apenas em taxas de transferências para contratações de jogadores. Isso sem falar no pagamento de salários, bônus, luvas, vencimentos de treinadores, incorporação de funcionários e executivos, investimentos em infraestrutura.

O PSG pagou 222 milhões de euros para tirar Neymar do Barcelona, em 2017. No ano seguinte, 180 milhões de euros para pegar Mbappé do Monaco. Quando fechou com Messi em 2021, o clube passou a ter a maior folha salarial anual da história do futebol: 728 milhões de euros.

De Pastore, Ibrahimovic e Thiago Silva, passando por Cavani, David Luiz, Di María, Neymar e Mbappé, até Sergio Ramos e Messi, a história do PSG nesses quase 15 anos foi marcada pela chegada de grandes nomes do futebol internacional. Carlo Ancelotti, Unai Emery, Thomas Tuchel e, por fim, Luis Enrique são alguns dos treinadores que passaram pelo clube.

Tudo graças ao dinheiro do Catar. Ou principalmente por isso.

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Paris Saint-Germain comemora o seu primeiro título da Champions League — Foto: Getty Images

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Equipe do PSG chega à França e comemora título com a torcida

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Para muitos torcedores de futebol na Europa, a propriedade do PSG pelo Catar simboliza a noção de que dinheiro por si só pode comprar sucesso e que história e herança contam muito pouco no futebol moderno. Além disso, os torcedores europeus se opõem ao dinheiro estrangeiro, especialmente quando associado a países do Golfo, petróleo e gás. Tudo isso se resume a um mundo em transformação, no qual o poder e a influência europeus estão em declínio e seus valores estão ameaçados — comentou Simon Chadwick, professor de esporte e economia geopolítica da Escola de Negócios SKEMA.

O reflexo da entrada do dinheiro do Catar para o Paris Saint-Germain a nível nacional foi arrasador. O clube saiu do status de “mediano” para se tornar o maior da França e uma potência na Europa.

O PSG é hoje quem tem mais títulos do Campeonato Francês (13 no total, sendo 11 na era QSI), da Copa da França (16, sendo metade de 2011 para cá), da Copa da Liga Francesa (9) e da Supercopa da França (13).

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Títulos do Paris Saint-Germain na França

Competição | Antes da era QSI | Pós-chegada do Catar

Campeonato Francês | 2 |
11

Copa da França | 8 |
8

Copa da Liga Francesa | 3 |
6

Supercopa da França | 2 |
11

Total | 15 | 36

Fonte: de.glb.deslize para ver o conteúdo

Torcida do PSG toma as ruas de Paris para comemorar o título da Champions League — Foto: AFP

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O salto de força econômica também impressiona. O Paris Saint-Germain não estava nem entre os 30 clubes mais ricos da Europa quando foi comprado pelo fundo de investimento catari. Em 2025, ficou em terceiro lugar geral, com faturamento de 806 milhões de euros, segundo ranking da consultoria Deloitte. O Real Madrid fez mais de um bilhão de euros.

Apesar desse dinheiro todo, o PSG da QSI colecionou fracassos e frustrações na Liga dos Campeões antes da campanha campeã desta temporada. Foi vice em 2020, na “Champions da pandemia”, semifinalista em 2024 e 2021, caiu nas quartas quatro vezes, e nas oitavas cinco.

— Doha justificou investir tanto dinheiro porque o objetivo é sempre manter a narrativa em torno dessa engrenagem essencial que dá ao Catar força de projeção a serviço de sua influência. O PSG é uma engrenagem entre muitas outras na cadeia do soft power, mas, à frente do clube, atingiu seu objetivo de ser totalmente reconhecido e legítimo — disse Raphaël Le Magoariec, pesquisador da geopolítica do Golfo Pérsico e o uso do esporte, autor de “O Império Catariano: o novo mestre do jogo?”.

Outros títulos internacionais em sua galeria são a Recopa Europeia (1995/96) e a Copa Intertoto (2001).

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A QSI apresentou um estudo no fim do ano passado que demonstrava que o PSG contribuiu com 3 bilhões de euros para as finanças públicas da França desde a aquisição em 2011. A empresa norte-americana Arctos Partners comprou 12,5% da propriedade, em dezembro de 2023, por 531 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões), mas sem qualquer ingerência sobre o futebol. O projeto esportivo segue sob controle catari.

Quem manda no Paris Saint-Germain desde que o clube foi comprado pelo Catar é Nasser Al-Khelaïfi, líder do Qatar Sports Investments. Ele também preside a Associação de Clubes da Europa (ECA) e faz parte do Comitê Executivo da Uefa. Integra ministério do governo do Catar. Nada mais simbólico para o ápice do projeto catari com o PSG do que a imagem do dirigente com o troféu da Champions nas mãos.

— Quero ganhar a Copa do Mundo de Clubes. Quero ganhar a Champions League de novo. É a culminação de um esforço coletivo exemplar, guiado por compromisso, espírito de equipe e paixão de todos que dão vida a este clube — declarou Nasser Al-Khelaïfi, ao “Canal Plus”, de fraça, e ao site oficial do Paris Saint-Germain.

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Nasser Al-Khelaïfi com a taça da Champions League — Foto: REUTERS

Essa nova era do PSG, movida pelo investimento catariano, é marcada não só por conquistas e milhões investidos, mas também por controvérsias, críticas e um novo cenário no futebol europeu, onde o dinheiro fala alto e o poder de influência de países como o Catar ganha destaque. A conquista da Champions League pode ser vista como o ponto alto de um projeto que visa a hegemonia no futebol mundial.

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