A bancada do Psol na Câmara apresentou uma representação à Procuradoria-Geral da República nesta quarta-feira (26), solicitando investigação sobre o deputado Nikolas Ferreira. O pedido se baseia no uso de celular pelo parlamentar durante sua visita a Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil. A solicitação também inclui a quebra do sigilo telefônico de Nikolas e a realização de perícia no aparelho. As imagens que registraram o momento foram exibidas pela TV Globo no domingo (23).
O documento apresentado pelo Psol destaca que o uso do celular ocorreu enquanto Bolsonaro estava em prisão domiciliar, sob as determinações do ministro Alexandre de Moraes, que impôs restrições ao uso de celulares por visitantes. O partido alega que as decisões do Supremo Tribunal Federal a respeito das condições impostas ao ex-presidente são de conhecimento público e pressupõem que seus aliados estejam cientes delas. O texto levado à PGR enfatiza essa premissa.
A representação do Psol menciona que a visita de Nikolas ocorreu no mesmo dia em que Bolsonaro tentou romper sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, na sexta-feira (21). A ação levantou questionamentos por parte dos parlamentares sobre se o deputado estava ciente da situação ou se colaborou de alguma maneira. O partido considera crucial obter respostas para essas perguntas e defende a necessidade de investigação.
O Psol argumenta que, caso se comprove que houve participação em atividades preparatórias para a fuga de alguém legalmente detido, Nikolas poderá ser enquadrado em um artigo do código penal referente a esse tipo de conduta. A sigla destaca a relevância do episódio, que envolve a visita a uma pessoa sob custódia judicial, e solicita medidas específicas de investigação e análise do celular utilizado na ocasião.
Além disso, os deputados do Psol pediram que Nikolas seja impedido de realizar novas visitas a Bolsonaro enquanto as investigações estiverem em andamento. Eles justificam que essa medida visa prevenir possíveis contatos durante o período em que a PGR estiver avaliando os fatos descritos na representação. A Procuradoria-Geral da República irá decidir se abrirá um procedimento investigativo com base no documento recebido.
Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal desde sábado (22), após a determinação de Moraes em razão da tentativa do ex-presidente de danificar a tornozeleira eletrônica. O Psol anexou à sua representação cópias das imagens e trechos das decisões judiciais citadas para embasar os argumentos apresentados.




